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Mãe que 'sequestrou' filho para levar à clínica de dependentes é indiciada em RO

Mulher contratou homens para levarem filho à força para uma clínica de dependentes químicos, em Vilhena. Vítima alegou que existe disputa por herança na família.

Polícia Civil de Vilhena (RO), na região do Cone Sul, concluiu o inquérito e indiciou uma mulher por tentativa de cárcere privado contra o filho, de 31 anos. Ela contratou homens para levá-lo à força para uma clínica de dependentes químicos. O caso foi registrado no início do mês e a vítima foi encontrada amarrada dentro de um carro. Segundo a polícia, a intenção da mãe não ficou esclarecida.
Além disso, o filho alegou que há uma disputa por herança na família. A defesa afirma que a mulher pretendia, apenas, livrar o filho das drogas.
O delegado responsável pelo caso, Fábio Campos, explica que, além da mulher, foi indiciado o marido dela, que é padrasto da vítima. Também foram indiciados quatro funcionários da clínica de dependentes químicos, localizada em Várzea Grande (MT).
Os seis foram indiciados pelo mesmo crime, tentativa de cárcere privado. No dia do crime, todos foram flagranteados e levados para presídios da cidade. Atualmente, eles estão em liberdade provisória, segundo a defesa.
“Tamanha violência que foi a abordagem, que foram pessoas que estavam por perto que ligaram para a polícia. A forma como ele foi colocado dentro do veículo, sobre xingamentos e amarrado. Existiam remédios controlados no carro, que deixou claro que seriam usados para dopar a vítima”, ressaltou o delegado.
Após a denúncia, a Polícia Militar fez buscas e abordou o veículo na BR-364, ainda no perímetro urbano de Vilhena.
“No mínimo, eles deviam ter uma autorização judicial para fazer o resgate da vítima, o que eles não tinham”, enfatiza Campos.
Durante as investigações, os seis suspeitos foram ouvidos. Segundo o delegado, a mãe alegou que queria livrar o filho das drogas, pois ele estaria violento; o padrasto que queria ajudá-la, e os funcionários da clínica, que apenas foram contratados para realizar o serviço.

Já a vítima alegou que o pai morreu e deixou uma herança. Contudo, a parte dele teria sido investida em um imóvel e a internação seria uma forma de não requerê-la. Ele ainda explicou que não morava com a mãe.
“Ficou uma situação muito estranha, pairando sobre os reais motivos dessa internação. A intenção dela de salvar o filho do mundo das drogas não ficou clara nem durante o flagrante, nem durante as investigações”, ressalta o delegado.
O delegado ainda enfatiza que, em casos de internação compulsória, os familiares devem seguir a lei e fazer a solicitação ao judiciário.
“O crime de tentativa de cárcere privado ficou configurado pela forma que foi feito; pelo uso da violência. Ele foi amarrado e colocado dentro do carro contra a vontade. Ele é maior de idade e não morava com a mãe. O inquérito foi encaminhado para o Ministério Público que vai decidir se vai oferecer denúncia”, conclui o delegado.
O advogado Lairce Martins de Souza defende os indiciados e explica que a família apresentou documentos que comprovam que o homem já foi internado por causa do uso de drogas. Com isso, os suspeitos foram soltos e respondem ao processo em liberdade.
“Quanto à violência, os funcionários da clínica negam que aconteceu, e a clínica é regularizada, com anos de funcionamento. Sobre a decisão judicial para a internação, realmente foi uma falha, mas a família é simples, sem conhecimento jurídico. A mãe e o padrasto agiram de boa fé, na ânsia de tirar o filho do mundo das drogas”, resume o advogado.
Fonte-G1/RO.

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