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INDÍGENAS TÊM TERRAS INVADIDAS PELA 6ª VEZ EM RO



Aldeia 623 foi invadida por pelo menos 100 pessoas armadas na manhã desta quarta-feira (23). MPF informou ter levado o caso ao ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Novos ataques aconteceram dentro da Terra Indígena (TI) Uru-eu-wau-wau, próximo ao município de Governador Jorge Teixeira (RO), a 322 quilômetros de Porto Velho. Dessa vez, a aldeia 623 foi invadida por pelo menos 100 pessoas armadas na manhã desta quarta-feira (23). Essa é a sexta invasão contabilizada na reserva.

A placa da Fundação Nacional do Índio (Funai), por exemplo, que fica na entrada da aldeia, foi encontrada com marca de tiros. O local é alvo constante de grileiros.

Por meio de mensagens, o assessor da organização de defesa étnico ambiental da Kanindé, Gabriel Uchida, disse que os indígenas informaram à ONG ter visto pelo menos 50 motos e pessoas armadas com foice, facão e serra elétrica.

Além disso, denunciaram que os suspeitos ameaçaram crianças e pessoas que tentaram chegar perto de onde ocorria a invasão.

"Eles (suspeitos) estão prometendo essa terra para várias pessoas das cidades do entorno e também estão ameaçando os indígenas, coisa que já fazem há muito tempo", pontuou Gabriel.

Com a invasão desta quarta, Uru-eu-wau-wau contabiliza seis ataques a aldeias indígenas (veja mapa). 


Procurado, o Ministério Público Federal (MPF) informou à Rede Amazônica que levou o caso ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, através da Procuradoria-Geral da República (PGR), e que ainda aguarda um posicionamento.

A Rede Amazônica tentou contato com o Ministério da Justiça para saber se recebeu o pedido. Porém, até o fechamento desta publicação, as ligações não foram atendidas ou retornadas.
Auxílio da PF
Na última semana, a Polícia Federal (PF) realizou uma operação para avaliar e intervir contra uma invasão na reserva. Um jovem de 22 anos chegou a ser preso.
O suspeito foi autuado por invadir terras da União com a intenção de ocupá-la, por "desmatar floresta em terras de domíno público sem autorização e por associação criminosa com outras pessoas que buscavam a mesma finalidade".
Segundo a PF, a investigação seguiu pela delegacia da PF em Ji-Paraná, que busca identificar e intimar os responsáveis por associações locais que incentivam invadir as áreas indígenas.
A região da aldeia Uru-Eu-Wau-Wau tem recebido especial atenção da Funai, Polícia Militar Ambiental e da própria Polícia Federal em frequentes fiscalizações.
 Por que preservar a Terra Indígena?
A terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau tem 1.867.000 hectares de tamanho, o que equivale a 12 vezes o território da cidade de São Paulo ou 85% da extensão territorial do estado de Sergipe.
A unidade de conservação, a maior terra indígena dentro de Rondônia, é rica em biodiversidade e abriga nascentes de importantes rios que cortam o estado.
Segundo ambientalistas, a produção de energia através de hidrelétricas poderia ser comprometida, tendo em vista, que o Parque Nacional de Pacaas Novos abriga, por exemplo, a nascente do rio Jamari que abastece a Usina Hidrelétrica de Samuel, em Porto Velho.
Além disso, os ambientalistas acreditam que, caso a invasão se intensifique dentro da região, a agricultura e o próprio agronegócio, motor econômico do estado, poderiam sofrer sérias consequências com a possível falta de água. Outro impacto seria a desestabilização climática na região, importante fator para o cultivo de algumas culturas específicas.
Por fim, a própria vida dos indígenas que habitam a região demarcada estaria em risco. Isso porque cerca de dez aldeias, vários povos nômades, além de três povos isolados habitam a região. A sobrevivência desses indígenas é dependente da agricultura, caça e extrativismo restringidos a eles.

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