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Marcele Pereira é 1ª mulher negra eleita reitora da Unir: 'Minha chegada abre caminhos para inúmeras mulheres'

Ao G1, Marcele falou sobre os impactos da pandemia da Covid-19 no ensino superior e destacou que enquanto não houver vacina continuarão as aulas remotas; leia entrevista.



Marcele Regina Nogueira Pereira, conversou com o G1 nesta quinta-feira (19) após ser nomeada reitora da Universidade Federal de Rondônia (Unir). Como primeira mulher negra eleita para o cargo ela falou sobre representatividade e também explanou sobre os impactos da pandemia da Covid-19 na educação.


O mandato do atual reitor, Ari Ott, termina oficialmente na sexta-feira (20) e no dia seguinte começa a gestão "Unir Sociedade". Marcele acredita que será uma transição tranquila e segura.


Inicialmente, a prioridade a curto prazo é tentar garantir a qualidade do ensino durante a crise sanitária.


"Enquanto não tiver vacina as aulas da Unir vão continuar remotas. Sem dúvida, a gente não pode colocar em risco a saúde da nossa população e nem da nossa comunidade acadêmica. Nesse contexto, as aulas seguem acompanhando modelo remoto", disse Marcele.

Quanto às questões orçamentárias a professora reconhece que em ordem federal foi imposta redução de gastos e disse que vai batalhar para que os recursos, quando chegarem, sejam bem distribuídos. E neste momento os investimento serão para retomada com saúde, tranquilidade e segurança às atividades educacionais.


"Os recursos seguem realmente a orientação nacional e nesse sentido estamos também com as contas muito apertadas", comentou.

Marcele Pereira tem 42 anos, é casada, mãe de três meninas e avó de um menino. Foi escolhida para ser reitora por consulta acadêmica, eleição no Conselho Superior e, por fim, nomeada pela Presidência da República.


 "Felizmente tivemos a grata


surpresa de ter se cumprido a democracia no nosso país", comentou

Para ela, a trajetória foi de muito trabalho: graduou-se em História, fez mestrado em Museologia e Patrimônio e doutorado na Europa em Sociomuseologia. Na Unir já atuou como pró-reitora de cultura, extensão e assuntos estudantis.


"Sou uma mulher que com muito trabalho e muito estudo conseguiu trilhar um caminho que me trouxe até a Universidade Federal de Rondônia, onde, com muito orgulho, também me levou a ser docente de museologia no departamento de arqueologia".


"Eu me sinto vitoriosa e creio que minha chegada aqui abre caminhos para inúmeras mulheres como eu: negras, pobres, da periferia. A minha missão e meu compromisso se estende não só para universidade, mas para inspirar essas mulheres, esses jovens. Dizer para eles que é possível".

Para essas conquistas, Marcele destaca que é muito importante reforçar o compromisso com o social, com a dignidade humana e com a educação pública.

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