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Opinião: o rebaixamento do Grêmio é caso para estudo

Manifestações após confirmação da queda para a Série B parecem mostrar que o clube não entendeu a gravidade da situação.



Contas em dia, nomes de relevância no futebol mundial, boa estrutura e estádio de primeira. É inacreditável pensar no orçamento do Grêmio, na folha salarial de R$ 15 milhões, em um grupo com Douglas Costa e Rafinha e acompanhar o time por 37 das 38 rodadas do Brasileirão na zona de rebaixamento.


Além disso, as manifestações dos dirigentes e do técnico Vagner Mancini após a confirmação do rebaixamento não pareceram demonstrar entendimento do tamanho da gravidade.

Primeiro, a queda é justíssima. O Grêmio não fez por merecer uma sorte melhor, ainda que só tenha faltado o Corinthians fazer sua parte nos resultados necessários da última rodada.


O time até teve uma melhora recente que culminou na vitória sobre o Galo, mas ainda assim o rendimento oscilou em momentos de decisão sob o comando de Mancini, como a derrota no duelo direto com o Bahia.


É surreal que o clube com o orçamento e o tamanho do Grêmio acabe o Brasileirão sem pisar fora da zona de rebaixamento. Um claro sinal de que é preciso dar uma guinada na direção ao profissionalismo dentro do departamento de futebol.


O executivo Diego Cerri, por exemplo, chegou em junho e pouca autonomia tem. Deve sair do clube nos próximos dias sem deixar saudades, inclusive. Faltou ao Tricolor conhecimento de futebol, diretrizes para conduzir as mudanças no departamento que geraram o atual momento.

iago Nunes é muito diferente de Felipão, que é completamente oposto a Mancini. Ideias diferentes e que geram mudanças nos processos do dia a dia. Entre elas, o tratamento com os jogadores, a maneira de atacar, defender e se postar em campo.


A queda é motivo para estudo porque o Grêmio estava há exatos quatro anos em Abu Dhabi disputando o Mundial de Clubes contra o Real Madrid.


Até mostrava um declínio nas últimas temporadas, mas não a ponto de ser candidato ao rebaixamento. A ida para a Série B é uma sucessão de fatores que tem ponto nevrálgico nas decisões da diretoria.


Além da troca de técnicos, os responsáveis pela gestão poderiam ter agido antes. Renato dava sinais de uma fadiga no comando da equipe pelo menos desde 2019. Os resultados, na letra fria da lei, até apareciam - semi de Libertadores e Copa do Brasil e G-4 no Brasileiro. Mas eram os fins que justificavam os meios.

Renato centralizava o futebol e tomava as decisões porque era o projeto do Grêmio. A direção ficou completamente sem norte ao definir pela saída do ídolo, ainda em abril.


Era necessário agir, mas claramente faltou alguém com capacidade para planejar e ser assertivo nos passos. Um profissional da bola para traçar o caminho, ouvir departamentos e gastar melhor.


Só em 2021 foram R$ 45 milhões em contratações que até podem vir a render, mas não evitaram a queda. Houve investimento também nos últimos anos - em 2020, Diogo Barbosa, Pinares e Churín foram buscados no mercado por cerca de R$ 30 milhões.

O clube não pareceu entender a gravidade da situação, a julgar pelas manifestações depois do jogo contra o Atlético-MG.


O presidente Romildo Bolzan Jr. falou em não fazer terra arrasada, mas viu o time encerrar a Série A na 17ª colocação. O vice de futebol Denis Abrahão citou evolução e melhora em sua entrevista. O Tricolor tinha acabado de cair.


O que se espera agora é que os próximos dias tenham ações diferentes dos discursos até agora mostrados. Para o bem de um Grêmio forte em 2022.

Por Eduardo Moura — Porto Alegre

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