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Premiê da Lituânia promete resposta dura da Otan se Rússia mantiver tropas em Belarus

 Ingrida Simonyte afirma que a aliança aumentará tropas na região se Moscou não recolher seus soldados após exercícios militares.



A primeira-ministra da Lituânia, Ingrida Simonyte, engrossou a voz ao comentar o recente envio de tropas pela Rússia a Belarus. Segundo ela, a movimentação, justificada por Moscou como um exercício militar conjunto, representa uma potencial ameaça à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e levará a uma reação na mesma medida, alterando definitivamente o panorama na região.


“Este acúmulo atual de forças russas em Belarus não estava na agenda”, disse ela, referindo-se aos recentes exercícios militares conjuntos que Moscou e Minsk realizaram em Belarus. “Se esses exercícios militares significam que armamento e tropas permanecerão em solo belarusso indefinidamente, isso muda substancialmente os cálculos”.

Oficialmente, Moscou anunciou na terça-feira (8) que os soldados enviados a Belarus retornariam à Rússia. Na semana passada, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que 30 mil combatentes e armas modernas haviam sido deslocados ao país vizinho pelo Kremlin, que, por sua vez, falou em menos de 13 mil soldados.


O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, anunciou na terça-feira (8) que as tropas “voltarão aos seus locais permanentes”, segundo o site independente The Moscow Times. “Ninguém nunca disse que as tropas russas permaneceriam no território de Belarus. Isso nunca foi discutido”, disse ele.


A afirmação de Peskov, porém, não parece tranquilizar Simonyte, que projeta uma reação dura se a retirada de tropas não se concretizar. “Isso significará um aumento da presença da Otan”, disse a premiê. “E isso não seria uma provocação, como alega Moscou, mas uma reação ao que mudou nas fronteiras da Otan. Esta é agora uma área cheia de armamento”.


A verdade é que a resposta por parte da Otan já começou a ser dada, com o envio de 300 soldados alemães para a Lituânia. Isso porque, de acordo com a premiê, as promessas de Vladimir Putin não têm valor. “O que ele definitivamente não fará é declarar suas verdadeiras intenções com antecedência”, afirmou.


Na visão de Simonyte, Belarus tem se deixado pressionar pela Rússia porque o presidente belarusso Alexander Lukashenko ficou sem alternativas, em meio às alegações de que sua reeleição em agosto de 20220 foi ilegítima.


“Depois das eleições e manifestações em agosto de 2020 em Belarus, Lukashenko agora está sem opções sobre o que pode fazer”, disse ela. “Ninguém o considera legítimo em Belarus. Ele precisa de dinheiro e da ajuda da Rússia para sobreviver. Ele é dependente deles”.


Por que isso importa?

A escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia colocou em alerta não apenas os países vizinhos, em especial as nações bálticas, mas também as principais potências ocidentais. A crise entre Moscou e Kiev remete à anexação da Crimeia pelos russos, em 2014, e à guerra em Donbass, que segue até hoje.


O conflito armado, que já matou mais de dez mil pessoas, opõe o governo ucraniano às forças separatistas das autodeclaradas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, que formam a região de Donbass e contam com o suporte de Moscou. Em 2021, a situação ficou especialmente delicada, com a ameaça de uma invasão integral da Rússia à Ucrânia.


Washington tem monitorado o crescimento do exército russo na região fronteiriça e compartilhou informações de inteligência com seus aliados. Os dados apontam um aumento de tropas e artilharia russas que permitiriam um avanço rápido e em grande escala, bastando para isso a aprovação de Putin e a adoção das medidas logísticas necessárias.


A inteligência da Ucrânia calcula a presença de mais de 120 mil tropas nas regiões de fronteira, enquanto especialistas calculam que sejam necessárias 175 mil para uma invasão. Já a inteligência dos EUA afirma que um eventual ataque ao país vizinho por parte da Rússia ocorreria pela Crimeia e por Belarus.


Um conflito, porém, não seria tão fácil para Moscou como os anteriores. Isso porque, desde 2014, o Ocidente ajudou a Ucrânia a desenvolver e ampliar suas forças armadas, com fornecimento de armamento, tecnologia e treinamento. Assim, embora Putin negue qualquer intenção de lançar uma ofensiva, se isso ocorrer, as tropas russas enfrentariam um exército ucraniano muito mais capaz de resistir.

Fonte A Referencia 

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