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Covid é uma das principais causas de mortes maternas em Porto Velho; sobrevivente relata dias de medo na UTI

 Dos 14 óbitos registrados entre grávidas e puérperas em 2021, 13 foram causados por Covid-19. Uma das sobreviventes, Evelin Caroline estava no 5º mês de gestação quando foi entubada.

A Covid-19 se tornou uma das principais causas de mortes entre grávidas e puérperas dos últimos 10 anos em Porto Velho. Somente em 2021, o vírus foi responsável por 13 dos 14 óbitos registrados entre o grupo. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa).


O g1 conversou com uma grávida sobrevivente. Evelin Caroline, de 37 anos, contraiu a Covid-19 em agosto do último ano. Ela foi internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de Porto Velho quando estava no 5º mês de gestação.

"Eu ficava pedindo para tirar o bebê para ele poder sobreviver porque eu tinha certeza que eu ia morrer", relembra.

Sonho quase impossível
Evelin já tinha duas filhas, de 19 e 16 anos, quando descobriu a gravidez em agosto de 2021. Para ela, a notícia foi, além de uma enorme surpresa, um presente.

"Eu comecei a passar mal, pensava que era impossível estar grávida porque meu esposo fez vasectomia. Quando nos conhecemos ele já tinha, então isso era quase impossível", comenta.

A felicidade e o entusiasmo duraram alguns meses, até dezembro, quando veio o diagnóstico da Covid-19. Oito dias depois do teste positivo, a mãe foi encaminhada para uma UTI aos cinco meses de gravidez. O principal problema foi a falta de ar.

"Eu realmente perdi as esperanças quando eu cheguei na UTI, porque todos os meus amigos que testaram para a Covid e foram para UTI não resistiram. Foram mais de 30 pessoas próximas que eu perdi", apontou.
Se passaram sete dias na UTI até que Evelin ficasse consciente. Aos poucos ela conseguiu se recuperar e levou a gravidez até às 38 semanas, quando o bebê nasceu. Hoje, com 12 dias de vida, a mãe comemora a vida do pequeno Jeferson Jamilson, que ela chama de milagre.

"Graças a Deus a gente tá aqui para contar a história desse verdadeiro milagre. Somos um milagre, tanto eu quanto o bebê. O meu parto foi muito tranquilo e a gente já tá em casa se recuperando", comentou.

Dados da Covid entre mães
Segundo os dados da Semusa, de 2016 a 2018 as mortes maternas diminuíram gradativamente em Porto Velho. Em 2016 teve um leve aumento, mas foi seguido de uma pequena redução no ano seguinte. Em 2021 os casos saltaram em mais de 180%.

transtornos hipertensivos na gestação,
problemas no parto e puerpério,
doenças infecciosas e
parasitárias e embolias obstétricas.
Em 2020 e 2021, a Covid-19 entrou para a lista das principais causas de óbitos entre grávidas e puérperas de Porto Velho nos últimos 10 anos.

Uma proteção apontada pela ciência é a vacinação. Desde o início da pandemia na capital, 5.359 doses de imunizantes contra a Covid-19 foram aplicadas em grávidas e 1.560 em puérperas.


Por Ana Kézia Gomes e Jaíne Quele Cruz, g1 RO

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