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Rússia quase dobrou faturamento com a venda de energia à Europa durante a guerra, diz estudo

UE importou 71% dos combustíveis fósseis vendidos pela Rússia, no valor de aproximadamente 44 bilhões, de euros desde 24 de fevereiro


 A Rússia quase dobrou o faturamento com a venda de combustíveis fósseis a países da Europa durante a guerra na Ucrânia, que teve início no dia 24 de fevereiro. É o que aponta uma pesquisa divulgada na quinta-feira (29) pelo Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (CREA, na sigla em inglês).

De acordo com o documento, embora o continente europeu tenha reduzido a quantidade de energia comprada da Rússia desde que começou o conflito, o “aumento dos preços dos combustíveis fósseis mais do que compensa a redução nos volumes”.


Curiosamente, o que contribui para aumentar os preços, fazendo crescer também o faturamento de Moscou, são justamente as sanções impostas pelas nações ocidentais. Segundo o documento, as sanções não terão o efeito esperado enquanto a União Europeia (UE), principal compradora de energia russa, não suspender as transações.

Extração de petróleo no estado de Oklahoma, nos EUA (Foto: Public Domain)

“O desejo da Europa de manter a porta aberta aos embarques e pagamentos de combustíveis fósseis impediu sanções mais abrangentes aos bancos, instituições financeiras e comércio russos. A entrada de dinheiro no valor de centenas de milhões de euros por dia apoiou a taxa de câmbio do rublo e enfraqueceu o efeito das sanções”, diz o relatório.


Desde o início da guerra, 63 bilhões de euros em combustíveis fósseis foram exportados através de embarques e oleodutos da Rússia. A UE importou 71% disso, no valor de aproximadamente 44 bilhões de euros, quase o dobro do valor no mesmo período de 2021. Também contribui para sustentar o faturamento russo o fato de outras nações fora da UE terem aumentado a importação de energia russa.


Durante a guerra, em relação à UE, somente diminuíram as compras de o petróleo, queda de 20%, e de carvão, redução de 40%. Já as entregas de GNL (gás natural liquefeito) aumentaram 20%. Também aumentaram as entregas de petróleo para destinos fora da UE, 20%. As entregas de carvão e GNL fora da UE aumentaram 30% e 80%, respetivamente.


Os países que mais compraram a energia russa no período foram Alemanha (9,1 mil milhões de euros), Itália (6,9 mil milhões de euros), China (6,7 mil milhões de euros), Holanda (5,6 mil milhões de euros), Turquia (4,1 mil milhões de euros) e França (3,8 mil milhões de euros).


Europa financia a guerra

Em artigo publicado pelo think tank Atlantic Council, no início de abril, Basil Kalymon, professor emérito da Ivey Business School, no Canadá, havia alertado para a importância desse dinheiro non financiamento da máquina de guerra russa.


“As receitas do petróleo e do gás são fundamentais para a continuação do esforço de guerra russo e constituem um número estimado em 45% do orçamento do Estado. Sem esse financiamento, a economia russa entraria em colapso, e a capacidade de Putin de continuar a invasão da Ucrânia seria drasticamente reduzida”, disse ele.


Segundo Kalymon, a única solução possível para sufocar Moscou a ponto de colocar fim à guerra. “Um embargo ao petróleo e gás russos resultaria em custos significativos que seriam sentidos em toda a Europa. No entanto, os danos infligidos à economia russa seriam muito maiores e poderiam conseguir deter o maior conflito europeu desde a Segunda Guerra Mundial”. 


Por que isso importa?

A escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia, que culminou com a efetiva invasão russa ao país vizinho, no dia 24 de fevereiro, remete à anexação da Crimeia pelos russos, em 2014, e à guerra em Donbass, que começou naquele mesmo an. Aquele conflito foi usado por Vladimir Putin como argumento para justificar a invasão integral, classificada por ele como uma “operação militar especial”.


“Tomei a decisão de uma operação militar especial”, disse Putin pouco depois das 6h de Moscou (0h de Brasília) de 24 de fevereiro. Cerca de 30 minutos depois, as primeira explosões foram ouvidas em Kiev, capital ucraniana, e logo em seguida em Mariupol, no leste do país.


No início da ofensiva, o objetivo das forças russas era dominar Kiev, alvo de constantes bombardeios. Entretanto, diante da inesperada resistência ucraniana, a Rússia foi forçada a mudar sua estratégia. As tropas, então, começaram a se afastar de Kiev e a se concentrar mais no leste ucraniano, a fim de tentar assumir definitivamente o controle de Donbass e de outros locais estratégicos naquela região.


Em meio ao conflito, o governo da Ucrânia e as nações ocidentais passaram a acusar Moscou de atacar inclusive alvos civis, como hospitais e escolas, dando início a investigações de crimes de guerra ou contra a humanidade cometidos pelos soldados do Kremlin.


O episódio que mais pesou para as acusações foi o massacre de Bucha, cidade ucraniana em cujas ruas foram encontrados dezenas de corpos após a retirada do exército russo. As imagens dos mortos foram divulgadas pela primeira vez no dia 2 de abril, por agências de notícias, e chocaram o mundo.


O jornal The New York Times realizou uma investigação com base em imagens de satélite e associou as mortes em Bucha a tropas russas. As fotos mostram objetos de tamanho compatível com um corpo humano na rua Yablonska, entre 9 e 11 de março. Eles estão exatamente nas mesmas posições em que foram descobertos os corpos quando da chegada das tropas ucranianas, conforme vídeo feito por um residente da cidade em 1º de abril.


Fora do campo de batalha, a Rússia tem sido alvo de todo tipo de sanções. As esperadas punições financeiras impostas pelas principais potencias globais já começaram a sufocar a economia russa, e o país tem se tornado um pária global. Desde a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro, mais de 600 empresas ocidentais deixaram de operar na Rússia, seja de maneira temporária ou definitiva, parcial ou integral.


Os mortos de Putin

Desde que assumiu o poder na Rússia, em 1999, o presidente Vladimir Putin esteve envolvido, direta ou indiretamente, ou é forte suspeito de ter relação com inúmeros eventos, que levaram a dezenas de milhares de mortes. A lista de vítimas do líder russo tem soldados, civis, dissidentes e até crianças. E vai aumentar bastante com a guerra que ele provocou na Ucrânia.


Na conta dos mortos de Putin entram a guerra devastadora na região do Cáucaso, ações fatais de suas forças especiais que resultaram em baixas civis até dentro do território russo, a queda suspeita de um avião comercial e, em 2022, a invasão à Ucrânia que colocou o mundo em alerta.


A Referência organizou alguns dos principais incidentes associados ao líder russo. Relembre os casos.

Fonte A Referencia 

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