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Rússia acusa Ucrânia de usar corredor de grãos na Crimeia para realizar ataque

 Moscou também disse que alguns dos drones usados no que chamou de "ataque terrorista" tinham peças fabricadas no Canadá"

A Rússia disse ter recuperado no domingo (30) destroços de drones que teriam atacado sua frota na baía de Sebastopol, dentro da chamada “zona segura” do corredor de grãos. As aeronaves não tripuladas podem ter sido lançadas de um navio civil, segundo informações divulgadas pelo Kremlin e reproduzidas pelo jornal independente The Moscow Times.


“Os drones marinhos estavam se movendo na zona segura do ‘corredor de grãos'”, disse o Ministério da Defesa da Rússia, acrescentando que retirou alguns dos resíduos dos drones do Mar Negro.

A suspeita da Defesa russa é a de que um dos drones tenha partido “de um dos navios civis fretados por Kiev ou seus aliados ocidentais para a exportação de produtos agrícolas dos portos marítimos da Ucrânia”, relata a nota, que ainda classificou o ataque como “terrorista”, feito com um drone de “material canadense” e preparado por “soldados ucranianos sob a liderança de especialistas britânicos”.

Fragata russa Ladny atravessando o Bósforo em Istambul, Turquia (Foto: WikiCommons)
Em outro comunicado, o Exército russo disse que um marinheiro do navio Ladny, que atuou como “rádio telégrafo” e vigia, foi quem detectou a aproximação de um drone marinho “desconhecido” se movendo na madrugada de sábado (29) em direção à baía de Sebastopol, na cidade portuária de mesmo nome, na Crimeia. 

A situação foi “relatada imediatamente” a seus superiores, o que “permitiu que o navio destruísse o drone”. Identificado como Artyom Zhiltsov, o marinheiro recebeu um prêmio estadual pelo serviço prestado.

Ainda no domingo, motivada pelo ataque, Moscou desistiu da Iniciativa de Grãos do Mar Negro, que permitiu a retomada da exportação de alimentos partindo da Ucrânia. 

Kiev e o Ocidente condenaram a decisão de Moscou de sair do acordo de grãos, criada para aliviar a crise global de alimentos causada pela guerra. 

Desde julho, a iniciativa impulsionou o aumento da atividade portuária na Ucrânia. Embarques de grãos para os mercados mundiais atingiram quase 8 milhões de toneladas. Cerca de um quinto do total foi enviado a nações em desenvolvimento.

Relatório divulgado pelo Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) destaca que a iniciativa liderada pela ONU ajudou a estabilizar e, posteriormente, a reduzir os preços globais dos alimentos com o transporte grãos de um dos celeiros do mundo para os necessitados.

Comida “armamentada”
Após as alegações de ataque no domingo e a consequente retirada do acordo assinado entre as nações em conflito, o bloqueio russo às exportações de grãos torna “impossível” que navios totalmente carregados deixem o porto, disse a Ucrânia no mesmo dia, segundo o mesmo The Moscow Times. A medida deve voltar a causar impactos em povos do continente africano em situação de insegurança alimentar.

“Um graneleiro carregado com 40 toneladas de grãos deveria deixar o porto da Ucrânia hoje”, escreveu em sua conta no Twitter o ministro da Infraestrutura, Oleksandr Kubrakov. “Esses alimentos foram destinados aos etíopes, que estão à beira da fome. Mas, devido ao bloqueio do corredor de grãos pela Rússia, a exportação é impossível”.

Em Washington, o presidente Joe Biden definiu a atitude como “puramente ultrajante”, enquanto o secretário de Estado, Antony Blinken, disse que Moscou estava “armamentando a comida”.

Já o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, se disse “profundamente preocupado” com a situação. Ele, que estava embarcando para a Argélia, onde participa nesta semana da Cúpula da Liga Árabe, atrasou a ida em um dia “para se concentrar na questão”, disse um porta-voz.

Fonte A referencia 

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