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Afeganistão é o país 'mais repressivo' para mulheres, diz missão da ONU

 Missão das Nações Unidas no Afeganistão pede fim das restrições impostas pelo Talibã às cidadãs do país, impedidas de assistir aulas, trabalhar em diversos postos e frequentar parques públicos e academias.


Há quase dois anos, quando o grupo fundamentalista Talibã conseguiu derrubar o governo e assumir o -poder, a vida das mulheres no Afeganistão foi praticamente anulada.

Quem conseguiu, fugiu do país, mas quem ficou teve de enfrentar uma enchurrada de restrições que praticamente anulou a vida que tinham antes.

Nesta quarta-feira (8) - Dia Internacional da Mulher - um comunicado da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que o Afeganistão é o país que mais desrespeita os direitos das mulheres atualmente.

A ONU pediu nesta quarta ao regime o fim imediato das "restrições draconianas" impostas às mulheres no Afeganistão.

"O Afeganistão sob o governo Talibã continua sendo o país mais repressivo do mundo no que diz respeito aos direitos das mulheres", afirmou, em comunicado, a diretora da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão, Roza Otunbayeva. "Tem sido angustiante testemunhar seus esforços metódicos, deliberados e sistemáticos para afastar as mulheres e meninas afegãs da esfera pública".

Desde que tomou o poder no país, em 2021, o regime fundamentalista Talibã tem imposto uma série de restrições às mulheres, como:

  • Proibir que frequentem escolas e universidades - em dezembro, guardas armados chegaram a impedir a entrada de estudantes em instituições de ensino;
  • Proibir a presença de mulheres em parques públicos, jardins, academias e banheiros públicos, com o argumento de que muitas não respeitavam as normas de vestimentas impostas pelo regime;
  • Impor o uso da burca ou hijab;
  • Proibir que mulheres viagem sem a companhia de um parente homem;
  • Banir mulheres de empregos públicos e cargos de liderança.

Segundo a agência de notícias AFP, um grupo de 20 mulheres fez um protesto nesta quarta em Cabul

"Chegou o momento de a ONU tomar ações decisivas e sérias sobre o destino do povo (afegão)", disse uma das manifestantes durante o protesto, segundo a AFP.

Na segunda-feira (6), as aulas nas universidades do país, que estavam em férias de inverno, foram retomadas sem a presença de mulheres, que foram banidas das salas de aula no ano passado.

"É de partir o coração ver os homens seguindo para a universidade, enquanto nós temos que ficar em casa", relatou à AFP Rahela, uma moradora da província central de Ghor de 22 anos. "Isto é discriminação de gênero contra as mulheres porque o Islã nos permite buscar o ensino superior. Ninguém deve nos impedir de aprender".

Por G1 

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