Últimas

6/recent/ticker-posts

Header Ads Widget

Alencar passou de 'patrão' a vice bem-humorado

Nascido no Distrito de Itamuri, em Muriaé, na Zona da Mata de Minas Gerais, em 17 de outubro de 1931, o empresário José Alencar ficou conhecido nacionalmente na eleição presidencial de 2002, quando o PT o apresentou como candidato na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Alencar faleceu no início desta tarde, em São Paulo, segundo confirmou o oncologista Paulo Hoff, do Hospital Sírio-Libanês.

Rico e bem-humorado, o "patrão" que avalizava a candidatura do ex-líder sindical doou, oficialmente, R$ 3 milhões para a campanha, deixou as empresas definitivamente sob a chefia do filho Josué Gomes da Silva e percorreu cidades e grotões ao lado de Lula, compartilhando gritos e palmas de multidões, nos comícios animados pela dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano.

O gosto musical de Alencar sempre foi outro. Na primeira viagem do ex-presidente ao exterior, em janeiro de 2003, o ex-vice-presidente assumiu a interinidade com estilo, abrindo o Salão Leste do Palácio do Planalto para festejar o ídolo, o compositor Ary Barroso. Cantou trechos de "Aquarela do Brasil". Também gostava das músicas do "cantor das multidões", Orlando Silva, e do sambista Noel Rosa.

O homem que iniciou a carreira política só aos 63 anos, quando concorreu sem sucesso ao governo do Estado, nunca precisou esperar uma viagem de Lula para assegurar espaço na imprensa. Com discursos que expressam as opiniões da classe empresarial, Alencar fez do cargo uma função de destaque na mídia em plena Era Lula, uma época marcada pela grande exposição da figura do presidente, com discursos carregados de metáforas facilmente compreendidas pela população.

Ao assumir o poder, em 2003, Lula decorou o gabinete do terceiro andar do Planalto com uma cadeira vermelha ortopédica. Fotos do "trono vermelho" foram divulgadas com estardalhaço por jornais e revistas. "O Lula comprou uma igual para mim", disse o ex-vice-presidente, rindo, numa das primeiras entrevistas na função a uma equipe da "Agência Estado", naquele ano, apontando para o assento com humor, no escritório no prédio anexo do Palácio.

Postar um comentário

0 Comentários