Um equipamento que será transportado pelo ônibus espacial Endeavour nos próximos dias (o lançamento estava programado para hoje, 29 de abril, mas foi adiado) deverá fornecer aos cientistas as primeiras medições detalhadas sobre partículas eletricamente carregadas que viajam pelo Universo. Um dos objetivos primários do AMS (sigla que, em inglês, significa Espectrômetro Magnético Alfa) é tentar detectar e quantificar a matéria escura, até hoje não encontrada e supostamente abundante no Cosmos.
Os pesquisadores acreditam que o AMS poderá reformular a atual compreensão do Universo, comparando o equipamento, em potencial de descobertas, ao que o telescópio Hubble significou para a Astronomia. "Os raios cósmicos com carga são uma área da ciência praticamente inexplorada", disse o físico Samuel Ting, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Encontrar matéria escura não será uma tarefa simples. Todos os corpos celestes - estrelas, planetas, gás, poeira e outros fenômenos - juntos correspondem a menos de 10% da matéria que calcula-se estar presente no Universo. E para explicar o funcionamento deste, os restantes 90% têm que ser matéria escura ou algum outro tipo de material exótico. Teoricamente a matéria escura é indetectável diretamente, mas pode deixar rastros com a geração de uma partícula relativamente comum: pósitrons, uma espécie de eletron com carga invertida.
Esta será uma missão de grande responsabilidade para a despedida do ônibus espacial Endeavour, que estará fazendo seu último vôo. Este será, aliás, o penúltimo vôo de um ônibus espacial. A longeva, brilhante e trágica trajetória do programa de "Space Shuttles" terminará em junho, com a última missão da nave Atlantis e a aposentadoria definitiva dos ônibus espaciais.
Fonte Principal: Vigilia
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