As ameaças sofridas pelos estudantes e professores que estão em greve na Universidade Federal de Rondônia são de inteira responsabilidade do reitor da Unir, Januário Amaral (que renunciou nesta quarta-feira, 23/11), do senador Valdir Raupp, da deputada federal Marinha Raupp e do governo federal do PT que até o momento não se pronunciaram sobre os casos.
Centenas de estudantes ocupam o prédio da reitoria da universidade, um tradicional protesto político do movimento estudantil para o atendimento de suas reivindicações. A reitoria está ocupada há mais de 40 dias e os estudantes em greve há mais de 60 dias pela saída do reitor da universidade, José Januário.
Foram deixados nas portas de vários departamentos e laboratórios do campus José Ribeiro Filho, em Porto Velho, bilhetes anônimos que ameaçavam vários estudantes e professores de diversos campi da Universidade. Nos bilhetes estava escrito “não adianta cantar vitória antes do tempo. muita água ainda pode rolar… segue alguns nomes que podem descer na enchente do rio” com o nome de mais de vinte professores e mais de dez estudantes.
Além dos bilhetes, durante vários dias os estudantes em greve vinham sendo perseguidos.
Uma estudante de psicologia, integrante do comando de greve, foi ameaçada por dois homens encapuzados em frente à sua casa. Um professor recebeu em seu carro uma tijolada vinda de um motoqueiro. No tijolo um bilhete, onde se lia “Se o semestre for cancelado, o próximo será na sua cara, seu filho de uma vadia!”. Uma bomba foi lançada sobre alunos que saíam de um programa de entrevistas em uma TV local.
No dia 21 de outubro, enquanto participava de um protesto em frente à Unir, no campus Centro, o professor de História, Valdir Aparecido, foi levado preso por policiais federais à paisana. Dois alunos também foram presos. Levaram o professor com armas em punho, numa violência extrema e desproporcional, na tentativa de inibir a luta dos professores e estudantes.
Os estudantes presos pela Polícia Federal foram acusados de injúria e distribuíam panfletos. O vidro do carro de outro estudante do comando de greve foi estourado.
Há muitas denúncias contra o reitor e uma comissão do Ministério da Educação investigando.
Este é um violento ataque ao direito de greve e organização dos trabalhadores.
A revolta dos estudantes e professores com a corrupção do reitor se ampliou diante da falta de infra-estrutura da universidade em que faltam professores, laboratórios. Laudos de bombeiros mostram a situação de risco em alguns dos prédios.
Nas unidades de Porto Velho, Rolim de Moura, Guajará-Mirim, Ji- Paraná, Vilhena, Ariquemes e Cacoal há greve geral dos estudantes.
Há denúncias contra o reitor que desviou dinheiro da fundação Riomar, que capta recursos para a universidade e muitas denúncias de improbidade administrativa. O reitor é sobrinho de Valdir Raupp (PMDB), senador mandante do massacre de Corumbiara, em 1995, e sua mulher Marinha Raupp que é deputada. Raupp é aliado do governo do PT no Senado.
Fonte: portogente
Fonte: portogente
