Dezenas de empresários, trabalhadores e moradores da região da Rua da Beira, via marginal à BR-364, fizeram um protesto na manhã desta quarta-feira (19). Os manifestantes levavam faixas, cruzes pretas, carregavam um caixão que demonstrava o abandono e o descaso com um dos principais acessos a Porto Velho, o que chamaram de “sepultamento da Rua da Beira”. Também havia um boneco enlameado que simbolizava que a morte rondava o local. “Ficamos cansados de quase seis anos de buracos, lama e poeira. Infelizmente, tivemos que fazer essa passeata e causar transtorno aos motoristas, mas é a única forma de chamar a atenção da sociedade, para cobrar mais providências, e aos governantes para tomar providências mais rápidas em relação a esse ponto crítico da capital de Rondônia”, afirmou Henrique Pacheco, um dos idealizadores do Movimento Renascer de Porto Velho, que coordenou o ato.
A Polícia Rodoviária Federal acompanhou o protesto e tentou organizar o trânsito na região que ficou lento, mas a maioria dos motoristas apoiou a iniciativa. “Tenho notícias de que muitas pessoas sofreram prejuízos e acidentes aqui na Rua da Beira. Há tempos chamam a atenção do poder público para a calamidade da região, mas nenhuma providência é tomada. Espero que com esse sepultamento, as coisas caminhem mais rápido”, disse Tiago Medeiros, estudante universitário de 23 anos.
Segundo informações dos organizadores do movimento, até agora, não há nenhuma resposta concreta sobre alguma obra na região em breve. “Só temos notícias de descaso, burocracia e falta de vontade. Os Ministérios Públicos Federal e Estadual, além do Tribunal de Contas da União não tomam nenhuma medida. Eu tive que contratar uma empresa particular para consertar a frente do nosso prédio. Pelo menos 3 mil alunos foram prejudicados por essa obra inacabada. E o prejuízo sempre fica com o empresário ou os funcionários que ficam doentes ou não podem chegar sequer para trabalhar”, falou Sebastião Getúlio de Brito, diretor da Faculdade de Rondônia (FARO).
Providências
O secretário municipal de Planejamento, Jorge Elarrat, participou da manifestação e achou justa a movimentação da sociedade em torno da Rua da Beira. “Acho digna essa iniciativa. Acredito até que deveria ser feita antes, já que são seis anos de abandono e falta de respeito com a população”.
Sobre alguma obra para breve, Elarrat não teve novidades para passar à imprensa e empresários. “Estamos aguardando o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para nos repassar a minuta do edital para licitação das novas empresas para retomada da construção dos viadutos e marginais. A promessa era para abril, já fomos lá duas vezes e até agora, nada”, disse ele.
Um dos coordenadores do sepultamento da Rua da Beira divulgou que já existe a possibilidade da prefeitura não ser mais a responsável pela obra. “Fomos informados por algumas pessoas do DNIT que já é quase certo que a prefeitura da capital não fique mais com a obra, já que há tempos não é feita nenhuma providência. Pelo bem da população, esses trabalhos não devem mais ficar com o executivo municipal. A ponte sobre o Rio Madeira foi iniciada depois e já está pronta”, encerrou Henrique Pacheco.
(Fonte: Rondônia Vip)
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