Últimas

6/recent/ticker-posts

Header Ads Widget

Rio Madeira sobe 16 cm em um dia e ultrapassa marca de 2014, em RO



O Rio Madeira subiu 16 cm em menos de 24h e chegou a 15,46 metros segundo o Serviço Geológico do Brasil - Companhia de Pesquisas em Recursos Minerais (CPRM), nesta sexta, 30, em Porto Velho. O número ultrapassa a marca do ano passado, que na mesma data, 30 de janeiro, chegou a 15,44 metros. De acordo com dados da CPRM e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o índice é considerado alto e o rio está oscilando
.
De acordo com o engenheiro da CPRM, Franco Buffon, nos últimos dias, o Rio Madeira não apresenta subida tão significativa, mas a tendência é que ele permaneça aumentando no ritmo de 10 centímetros por dia. O diferencial é que no ano de 2014, o Rio Madeira chegou a subir cerca de 20 centímetros por dia.
A prefeitura de Porto Velho já decretou oficialmente estado de alerta para uma possível cheia no município na última terça, 27, quando o rio atingiu a marca de 15,28 metros, segundo a CPRM. Em 2014, quando ocorreu a cheia histórica, na mesma data, o nível registrado foi 15,15 metros.

Segundo a Defesa Civil, ações de prevenção contra os efeitos da enchente já começaram a ser executadas. Também foi iniciado um trabalho de conscietização das famílias passíveis de serem atingidas para que deixem as casas o quanto antes. As famílias estão tendo auxílio com logística de mudança ou na realocação dos possíveis desabrigados, que não tenham onde se hospedar, segundo a Defesa Civil. O número 199, exclusivo para atender demandas da cheia, já está disponível.
As iniciativas de prevenções começaram desde que foi constatado que a cota do Rio

Madeira, no distrito de Abunã, já estava dois metros acima do registrado no ano passado, há cerca de duas semanas e meia. Famílias de Abunã, Fortaleza do Abunã e Jacy-Paraná já foram cadastradas como possíveis atingidos, e na capital, famílias do Beco do Gravatal, no bairro Nacional, já estão sendo realocadas.

BR 364 e 425
A Defesa Civil realizou uma viagem com hidrólogos do Centro Nacional de Alerta e Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) no dia 23 para mapear demandas do que pode acontecer nas BRs 364 e 425, que dão acesso ao município de Guajará-Mirim (RO) e ao estado do Acre, que ficaram totalmente isolados no ano passado devido à cheia dos rios Madeira e Mamoré. Durante a viagem, foram detectados pontos que podem ficar alagados e que devem ser sinalizados e balizados com antecedência.

A BR-364 também está sendo monitorada pela Polícia Rodoviária Federal. Segundo a régua instalada pela PRF, o nível da água está estável há três dias sem alterações, nos dois lugares onde o instrumento está fixado para monitoramento. A medição registrada nesta sexta, 30, mostra que no KM 871, próximo à região de Mutum-Paraná, faltam 51 centímetros para a água chegar à pista da rodovia. Essa região é considerada a área que pode ser alagada primeiro, segundo a PRF.
Já no KM 779,6, próximo à região de Jacy-Paraná, falta 1,50 metro para a água atingir a BR. Segundo o inspetor João Bosco Ribeiro, não há motivo para preocupação imediata com esses dois lugares.

Inicialmente, a PRF informou que quando o rio chegasse à marcação 0,50 metro, a situação seria considerada crítica. Entretanto, o inspetor informa que a corporação já esteja trabalhando em alerta, mas não há necessidade de pavor. "À época, o rio estava subindo muito rápido, então considerávamos o nível 0,50 metro um índice crítico. A PRF está em alerta, apta a agir com todos os cuidados e condições se o rio subir", relata.

A regua foi instalada pela PRF no dia 06 de janeiro. No dia 16, faltava 1,20 metro para o Rio Madeira chegar à BR-364.
A BR 364 ficou totalmente interditada em 26 de março de 2014, quando o nível do Rio Madeira chegou a 19,65 metros. A PRF chegou a não liberar carretas e caminhões, que inicialmente eram os únicos veículos aptos a atravessar a rodovia. Tais veículos abasteciam o estado do Acre, que ficou isolado devido o trecho alagado e o único acesso via terrestre ao estado.
A estrada ficou interditada quatro quilômetros antes do distrito de Jacy-Paraná, distante cerca de 90 quilômetros de Porto Velho, onde ficava o primeiro dos seis pontos de alagamento da rodovia. A lâmina de água sobre o asfalto chegou a 1,60 metro na região, diz a PRF

Medidas como aterrar parte da rodovia no quilômetro 861 da BR-364 tiveram que ser tomadas. No local operaram duas balsas que levavam veículos pelo Rio Madeira até Abunã, distrito de Porto Velho. A alternativa foi possível para manter o Acre por um tempo, mas depois que a situação ficou crítica, nem mesmo as balsas puderam operar posteriormente.
Cheia histórica
A marca histórica do Rio Madeira até o momento é de 19,74 metros. A cheia atingiu os municípios de Porto Velho, Nova Mamoré e Guajará-Mirim e afetou cerca de 97 mil pessoas. 35 mil pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas. No inicio, as famílias foram levadas para escolas e igrejas, mas posteriormente foram alocadas em barracas no Abrigo Único da capital, para não prejudicar o ano letivo.
Os custos para a recuperação total dos locais afetados foram estimados em R$ 4,2 bilhões e o tempo necessário foi calculado em 10 anos.

FONTE=G1/RO