Operação ocorre em Brasília, Rio de Janeiro, Niterói, SP e Barueri.
Dois mandados são de prisão temporária; presos serão levados para o PR
Um dos presos é o presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, que foi detido no Rio de Janeiro.
A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado. Os presos serão trazidos para a Superintendência da PF em Curitiba.
O foco das investigações desta fase, segundo a PF, são contratos firmados por empresas já mencionadas na Operação Lava Jato com a Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, cujo controle acionário é da União.
Ainda de acordo com a PF, a formação de cartel, o prévio ajustamento de licitações nas obras de Angra 3 e o pagamento indevido de vantagens financeiras a empregados da estatal são os objetos de apuração da atual fase.
Angra 3 será a terceira usina nuclear do país e está em construção na praia de Itaorna, em Angra dos Reis (RJ). Ela terá potência de 1.405 megawatts (MW) e gerará energia suficiente para abastecer Brasília e Belo Horizonte por um ano.
Delações
Em abril deste ano, o ex-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, afirmou em depoimento de delação premiada que houve "promessa" de pagamento de propina ao PMDB e a dirigentes da Eletronuclear nas obras da usina nuclear Angra 3. As informações foram obtidas pelo Jornal Nacional.
Avancini deixou a prisão em 30 de março para cumprir prisão domiciliar, após firmar acordo de delação premiada com a Justiça, homologado pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato na primeira instância.
Segundo Avancini, a Camargo Corrêa foi informada em agosto de 2014 de que havia "compromissos" de pagamento de propina equivalente a 1% dos contratos das obras da usina ao PMDB e aos diretores da Eletronuclear. Somados, os contratos de Angra 3 chegam a R$ 3 bilhões, de acordo com o executivo. À época, o PMDB negou as acusações de recebimento de propina.
15ª fase
A 15ª etapa da operação foi batizada de Conexão Mônaco e prendeu ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada. Ele está detido na carceragem da Superintendência da PF, em Curitiba. Quatro mandados de busca e apreensão também foram cumpridos.
A fase teve como foco o recebimento de vantagens ilícitas na diretoria da Petrobras. De acordo com a PF e o Ministério Público Federal (MPF), Zelada fez transferências bancárias para a China e para Mônaco. Foram € 11 milhões para Mônaco e outro US$ 1 milhão para a China. O dinheiro em Mônaco já estava bloqueado desde março deste ano.
O ex-diretor é suspeito de envolvimento no esquema bilionário de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras. Segundo o MPF, ele atuou no esquema desde quando atuava na gerência da empresa, quando na diretoria da área internacional.
Zelada foi sucessor de Nestor Cerveró – já condenado a cinco anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro – no cargo e atuou entre 2008 e 2012 na estatal.
FONTE-PARANA, RPC.