Justiça bloqueou bens de prefeito e pede devolução de mais de R$ 130 mil.
Ação do MP-RO aponta não comprovação de despesas com viagens.
A decisão foi concedida após uma ação civil pública do Ministério Público de Rondônia (MP-RO) apontar suspeitas de atos de improbidade administrativa do prefeito para fim de enriquecimento ilícito e dano ao patrimônio público com recebimento indevido de diárias. O motorista e a chefe de gabinete também teriam participação no esquema.
De acordo com o MP-RO, a prestação de contas do dinheiro recebido para custear despesas em supostas viagens foram analisadas e foi encontrado notas fiscais com gastos em produtos de caráter privado, como consumo de bebidas alcoólicas, lanches e preservativos. A ação indica ainda idas excessivas para Porto Velho, onde residem os familiares de Júnior Miotto, e a outros municípios sob pretexto de reuniões.
Na ação, o MP-RO indica que em 2014 o prefeito recebeu 85 diárias para gastos com viagens, no valor de R$ 42.524,60, que não foram comprovados. No mesmo ano, Miotto chegou a ser afastado por 95 dias do cargo após ser cassado pela Câmara de Vereadores. No período de 270 dias, em que exerceu o mandado no ano, o MP-RO alega que
Na última quinta-feira (17), o juiz Marcus Vinícius dos Santos deferiu o pedido de liminar para o bloqueio de bens do prefeito até que um valor total de R$ 133.873,80 seja ressarcido. "Perante a gravidade do ato, havendo fortes indícios de irregularidades, a indisponibilidade dos bens é o meio de se garantir o ressarcimento aos cofres públicos", relata o magistrado na decisão.
O G1 tentou o contato com Júnior Miotto, mas não obteve retorno. Já a assessoria da prefeitura limitou-se a informar que foi tomado conhecimento do processo, porém não se pronunciará sobre a decisão da Justiça e afirma ainda que todos os procedimentos para recorrer à sentença serão executados.
Conforme o Porta da Transparência da Prefeitura de Monte Negro, Júnior Miotto recebe um salário de R$ 18 mil. Ele foi eleito em 2010 com 2.729 votos. O município localizado na região do Vale do Jamari tem 14.090 habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010.
Afastamento em 2014
Por seis votos a três, Miotto teve o mandato cassado em agosto de 2014 durante Sessão Extraordinária no plenário da Câmara Municipal. O processo de cassação foi instaurado em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a partir de denúncias de falta de medicamentos na rede pública municipal e mudanças na lei de diárias na prefeitura decretada sem consultar os parlamentares.
O prefeito recorreu ao TJ-RO e obteve liminar para
Fonte;G1 Rondonia.