Barack Obama afirmou na manhã desta quinta-feira (5), em evento em São Paulo, que a Coreia do Norte é um "perigo real" e defendeu a importância de uma diplomacia forte para a paz. É a primeira vez que o ex-presidente americano vem ao Brasil desde que deixou a Casa Branca no começo deste ano.
"Não podemos resolver todos os problemas com tanques e aeronaves. A Coreia
Ex-presidente dos EUA Barack Obama faz discurso durante Fórum Cidadão Global, em São Paulo
Barack Obama afirmou na manhã desta quinta-feira (5), em evento em São Paulo, que a Coreia do Norte é um "perigo real" e defendeu a importância de uma diplomacia forte para a paz. É a primeira vez que o ex-presidente americano vem ao Brasil desde que deixou a Casa Branca no começo deste ano.
"Não podemos resolver todos os problemas com tanques e aeronaves. A Coreia do Norte é um perigo real", afirmou, durante o Fórum Cidadão Global. "Nossa segurança não depende apenas da força militar, também depende de uma diplomacia forte. Alimentar alianças e encorajar uma cooperação entre as nações. O poder das nossas economias e o poder dos nossos ideais são importantes para assegurar a paz, não somente o poder militar extraordinário", declarou.
Tolerância
Obama também falou sobre a importância de se cultivar a tolerância. Ele destacou que estamos, atualmente, "mais conectados do que nunca", porém que enfrentamos problemas.
"Ficamos mais presos do que nunca a nossa própria bolha, não desafiamos as nossas próprias premissas. Tudo o que tudo a gente vê e lê é aquilo que o algoritmo diz que deveríamos ler. Ficamos seguros em nossas crenças e filtramos as informações que não estão de acordo com a nossa opinião", observou. "Temos que ouvir aqueles com quem não concordamos", ressaltou.
Ao comentar sobre o impacto do desenvolvimento na comunicação, Obama afirmou que atualmente "as ideias são amplificadas. Isso vale para boas ideias e para as bem ruins e destrutivas". "Toda vez que uma nova tecnologia de informação surge, leva um certo tempo para que a sociedade possa extrair seus benefícios. Isso cria alguns perigos", afirmou.
Obamacare e Irã
Quando questionado sobre projetos que ele tinha orgulho de ter implementado, Obama citou, no plano interno, a reforma da saúde, conhecida como Obamacare, e, no plano externo, o acordo nuclear com o Irã.
Ao falar sobe o acordo nuclear com o Irã, Obama voltou a mencionar a crise que o governo de Trump enfrenta com a Coreia do Norte. O ex-presidente afirma que, quando assumiu a presidência, já era tarde demais para estabelecer um acordo com o país.
Porém, com o Irã foi diferente. “O Irã é um país com o qual os EUA têm muitas diferenças. O governo iraniano não é amigo consistente e muitas vezes é nosso adversário. Mas eu vi uma oportunidade para resolver um problema: garantir que não desenvolvessem armas nucleares”, afirmou.
Forte diplomacia
“Poderíamos resolver sem usar a força militar. Tivemos êxitos. Não seguimos o caminho que está sendo seguido com a Coreia do Norte. Resolvemos aquele problema sem tiro, o que mostra uma forte diplomacia mesmo com os adversários”, declarou.
O ex-presidente falou ainda sobre aquecimento global, a importância do engajamento na defesa da democracia, o investimento em educação.
O encontro, que teve como tema "Mudar o mundo? Sim, você pode", uma referência ao famoso lema da campanha eleitoral de Obama em 2008: "Yes we can" ("Sim, nós podemos"), contou com a presença de outros líderes empresariais que promovem o desenvolvimento de cidadão global em suas empresas.
Obama esteve no Brasil em 2011, quando ainda era presidente, acompanhado pela esposa, Michelle Obama, e pelas duas filhas, e visitou Rio de Janeiro e Brasília, onde se reuniu com a então presidente, Dilma Rousseff.
Fonte-G1.
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