Enquanto estados como a Bahia e Minas Gerais vivem uma tragédia provocada pelas chuvas, no Paraná a crise é por falta de água. O governo do estado decretou situação de emergência.
Quem olha as lavouras de soja no Norte do Paraná nem imagina que muitas áreas ficaram assim: solo rachado pela falta de umidade, fissuras com até quarenta centímetros de profundidade.
Depois do plantio, as chuvas foram irregulares ou praticamente inexistentes em todo o estado.
A falta de chuva compromete o potencial produtivo da planta. Em condições normais a soja bateria na cintura de um adulto, mas com o porte bem mais baixo ela vai produzir menos.
O agricultor Antônio Perucci calcula que já perdeu 15% da produção nos 660 hectares de soja que cultiva em Londrina. Ele tem lavoura em várias fases de desenvolvimento e uma delas está secando antes do tempo.
"Ficava olhando pro céu e nada de formar chuva, forma uma nuvem, passa longe, forma outra passa para o outro lado. Sofremos", diz Perucci.
O governo do Paraná decretou estado de emergência. Com isso, a compra de materiais e a contratação de serviços ficam dispensados de licitação e os agricultores podem solicitar seguros e renegociar dívidas. Segundo o governo, as perdas na agricultura estão estimadas em quase R$ 17 bilhões.
"Essas perdas são irreversíveis para maior parte. De 50 a 70% da soja do Oeste não vai existir", afirma o secretário Agricultura do estado, Norberto Ortigara.
O Alex cria porcos em uma pequena propriedade no Sudoeste do estado. Os poços artesianos secaram e os reservatórios estão quase sem água. O socorro veio no caminhão-pipa.
"O bicho não se desenvolve se não consegue beber água direito", pondera.
Fonte: G1/Jornal Nacional
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