Especialistas apontam que o impacto será substancial. A previsão é que em março não tenha nenhuma exportação para o mercado chinês, o que ocasiona uma redução de valor da carne bovina.
No dia 22 de fevereiro, foi confirmado o caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina, doença conhecida como mal da "vaca louca". Desde então, o Ministério da Agricultura suspendeu temporariamente a exportação de carne bovina para a China. Rondônia sofreu um forte impacto econômico com o bloqueio e um mês depois, os danos já são vistos.
Segundo a Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero), a China representa 43,6% do mercado de exportação do estado.
“Toda a carne que Rondônia exportou em 2022 teve como destino a China. O embargo reduziu em 50% a exportação em fevereiro, no mês de março o número de exportação será zero. O mercado chinês é fundamental para o estado e para o Brasil”, disse o superintendente da Fiero, Gilberto Baptista.
A drástica diminuição na exportação resultará em um impacto substancial, já que cerca de 50% da mercadoria sofreu o embargo. O impacto econômico é contabilizado em dólares.
Pesquisas realizadas com base em dados da Fiero, nos primeiros meses de 2022 e 2023, houve uma queda de 20% na exportação. No ano de 2022, a exportação bovina gerou US$ 21 milhões de dólares, em 2023 o número chega a US$ 10 milhões, sem contar danos futuros.
“Acreditamos que isso não vai continuar assim. A demanda em época de seca reduz muito, agora será possível um retorno”, avaliou Hélio Dias, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia (Faperon).
A expectativa é que com a visita do presidente Luís Inácio Lula da Silva a Pequim no final deste mês, o embargo seja suspenso.
Redução do valor da carne vermelha
O preço da carne bovina caiu 1,22% em fevereiro. Esta é a maior queda dos últimos 15 meses, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE).
Com o bloqueio de exportação bovina, a oferta interna de produtos aumentou e o embargo foi o principal fator para a redução do valor.
Por Mylla Pereira e Jheniffer Núbia, g1 RO e Rede Amazônica
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