Ataque ocorreu na região de Kherson, no sul, em área controlada pela Rússia. Água já subiu 11 metros e fez centenas de pessoas deixarem suas casas, segundo agência russa. Moscou e Kiev se acusam mutuamente pela autoria do ataque, e UE fala de crime de guerra.
Um ataque no sul da Ucrânia rompeu nesta terça-feira (6) a barragem de uma usina hidrelétrica, inundando a cidade de Nova Kakhovka e ameaçando o funcionamento da usina de Zaporizhzhia, a maior central nuclear da Europa.
A cidade e toda a região são controladas atualmente pela Rússia. Os dois países trocaram acusações sobre a autoria do ataque. A União Europeia já afirma que a explosão pode constituir um crime de guerra.
Em algumas áreas, o nível da água subiu até 11 metros de altura. A região inteira - que tem cidades controladas tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia - entrou em estado de alerta, e centenas de pessoas já deixaram suas casas.
A explosão aconteceu na barragem de Nova Kakhovka, na região de Kherson, uma área do sul da Ucrânia pela qual tropas de Kiev e Moscou disputam o controle. O Kremlin afirmou que a explosão da barragem foi um ato terrorista por parte do governo ucraniano e disse ter aberto uma investigação.
Já Kiev negou autoria e acusou as tropas russas. Há semanas, moradores locais vêm se queixando de alagamentos por conta da má gestão da usina hidrelétrica por parte do governo temporário imposto na região por Moscou.
Segundo a agência estatal russa RIA, 22 mil pessoas podem ser afetadas. Já o governo da Ucrânia disse que 80 povoados podem ser inundados.
A barragem alvo do ataque foi construída em 1956 e possui um reservatório de 18 km³. Esse reservatório fornece água para a península da Crimeia e para a usina de Zaporizhzhia - a maior central nuclear da Europa - ambas em territórios ucranianos controlados pela Rússia.
A usina de Zaporizhzhia, que há meses está ocupada por tropas russas, fica a cerca de 140 quilômetros de Nova Kakhovka, às marges do mesmo rio da barragem.
Até o início desta manhã, o nível da água ao redor da central nuclear já havia subido 7 metros, segundo a agência de notícias Tass, e autoridades locais temem que um alagamento afete o funcionamento da usina.
O governador de Kherson, ligado ao governo da Ucrânia, disse que a água pode atingir níveis críticos nas próximas horas.
Por g1
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