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Entenda por que a expansão do agronegócio pode ser a causa da perda populacional em cidades de Rondônia

 Segundo o IBGE, Rondônia foi o estado com a maior taxa de municípios com perda populacional do Brasil. Veja como essa diminuição impacta a economia local.

O censo demográfico divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que Rondônia teve a maior taxa de cidades com perda populacional do Brasil. Segundo especialista, essa redução é proveniente da expansão do agronegócio no estado e gera impactos econômicos.

O professor de economia da Universidade Federal de Rondônia, Otacílio Moreira, explicou que a expansão das atividades agropecuárias teve maior ênfase na soja, milho e algodão.

“Essas culturas demandam grandes faixas de terras e isso é feito a partir da aquisição das terras de pequenos e médios produtores que, ao venderem suas terras, se deslocam para outras regiões do estado”, disse o professor.

De acordo com o IBGE, Rondônia registrou diminuição populacional em 75% dos municípios, sendo a cidade de Ministro Andreazza (RO) a que teve a maior perda de habitantes. A cidade tinha mais de 10 mil habitantes em 2010 e agora registra menos de 6,5 mil moradores.


Ranking nacional

Rondônia - perda em 75% dos municípios

Alagoas - 68%

Rio Grande do Sul - 56%

Bahia - 56%

Tocantins - 53%

A redução é explicada pelo especialista em economia como sendo fruto do avanço do agronegócio em regiões em que a principal atividade está concentrada no campo, o que acaba promovendo a ida da população para polos de concentração urbana.

“Municípios como Cabixi, Pimenteiras do Oeste, Cerejeiras, Corumbiara e Colorado do Oeste, por exemplo, todos no Cone Sul de Rondônia, e municípios da região do Vale do Jamari, tiveram reduções em sua população, sendo possível observar que as cidades polos dessas regiões, como Vilhena e Ariquemes, tiveram expansão. Isso acontece pois os municípios menores concentram a produção primária”, explicou Otacílio.

Principais impactos econômicos

De acordo com o professor, o primeiro impacto a ser sentido por estes municípios será o repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O FPM é repassado pelo Tribunal de Contas da União que deverá calcular os valores finais para esses municípios a partir do número de habitantes.

Com a diminuição da população, o repasse financeiro para os municípios irá diminuir e as cidades receberão menos recursos. Outra área que sentirá no bolso a diminuição será o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que deve receber repasses menores.

“Cabe destacar que, por serem em sua maioria pequenos municípios, com pouca presença de indústrias ou agroindústrias, esses municípios já possuem deficiências em melhorar suas arrecadações próprias e são fortemente dependentes de repasses do governo federal e do governo estadual”, avaliou o especialista.

Outro ponto levantado pelo economista foi referente aos impactos sofridos nos investimentos privados. A redução do número de habitantes pode ocasionar em quedas na oferta de trabalho e no mercado consumidor, principalmente em cidades de porte médio como Ouro Preto do Oeste, Guajará-Mirim e Buritis.






Por g1 RO

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