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Mãe denuncia funcionárias de escola por intolerância religiosa em RO: ‘chamaram minha filha de macumbeirinha’

 Menina está traumatizada e não quer voltar para a escola. Secretaria Municipal de Educação informou que não tinha conhecimento do caso.


A mãe de uma menina de cinco anos procurou órgãos competentes para denunciar que a filha sofreu intolerância religiosa dentro da Escola Municipal Marise Castiel, em Porto Velho, praticada por duas funcionárias da instituição.

“Chamaram ela de ‘macumbeirinha’. Falaram que era pra mãe dela tirar ela da escola porque lá não era lugar de ‘macumbeirinha’”

Uma das funcionárias denunciadas ocupa o cargo de coordenadora da instituição e outra a posição de professora, segunda a mãe.

De acordo com a denunciante, há algumas semanas a filha vinha apresentando um comportamento estranho na escola: não aceitava ir ao banheiro ou ao refeitório sozinha e fazia as necessidades fisiológicas na roupa. Ela decidiu levar a menina à psicóloga para entender o que estava acontecendo.

“A minha filha chegou e falou: ‘mãe, o que é macumbeira?’ E eu perguntei o porquê. Ela disse: ‘porque a tia tava me chamando de macumbeirinha dentro do banheiro, eu não aguento mais’. Aí a gente juntou peça por peça do porquê ela tava fazendo cocô nas calças e não tava querendo ir ao banheiro sozinha”, revelou a mãe.

De acordo com os relatos da menina para a mãe, o episódio não aconteceu apenas uma vez. Há cerca de um mês ela sofre com os ataques praticados pelas funcionárias e, por isso, está traumatizada.

“Ela não quer ir mais pra escola, não aguenta mais. Ela não sabe nem o que é (macumbeira), é uma criança. Eu fui pra frente porque é a minha filha. Se fosse comigo, eu sei resolver, mas a minha filha não, ela é uma criança indefesa”, comentou.

A mãe da menina é umbandista e traz a religião do berço, assim como seus antepassados. Apesar disso, carrega a crença com discrição justamente por medo de retaliações.

“Fui criada na umbanda, vem da minha vó. Vai passando de geração em geração. A minha avó tem 85 anos e ela também nasceu nisso, vem dos pais dela”, relembra.

Ela demonstra estar bastante angustiada por ter sua filha e sua religião de nascença atacadas.

“É uma discriminação muito grande. Na escola as crianças vão para aprender e cada criança tem uma religião. Eu tô bem angustiada, minha filha não volta mais se ela [a funcionária] tiver na escola”.

O caso foi registrado na Polícia Civil de Porto Velho e uma denúncia também foi protocolada na Secretaria Municipal de Saúde (Semed). O Conselho Tutelar também foi acionado.







Por Jaíne Quele Cruz, g1 RO

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