Há informações de mortes, mas gabinete de crise do governo nega. Um policial penal segue refém dos criminosos.
A rebelião no presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro Alves , em Rio Branco, já se estende por mais de 20 horas sem acordo nas negociações. A movimentação começou por volta das 9h30 de quarta-feira (26) e, desde então, os presos que estão armados não se entregam e mantêm um policial penal refém. As negociações foram suspensas pela noite e continuam nesta quinta-feira (26).
O governo do Acre montou um gabinete de crise para centralizar as ações e passar informações oficiais. Apesar do grupo não confirmar, há informações de mortes no pavilhão que segue tomado pela facção. A confirmação também partiu do promotor de Direitos Humanos Tales Tranin, que acompanha as negociações.
Segundo a Secretaria de Segurança e Justiça, o secretário da pasta, José Américo, chegou de viagem na noite de quinta e já se reuniu ao gabinete de crise. A informação é de que os presos devem se entregar na próximas horas.
Na manhã desta quinta-feira (27), as negociações devem seguir. Segundo o promotor, os presos estão pedindo a integridade física para se entregarem. "Vamos continuar acompanhando".
O advogado Romano Gouveia, representante do Conselho Comunitário da OAB, também acompanha as negociações. Ele disse que os presos devem se entregar ainda pela manhã e que todo o presídio está tomado. A motivação da rebelião, segundo ele, foi guerra de facções.
"Agora vai recomeçar a negociação. Provavelmente hoje se entregam. Porque não vão tentar fugir. Estão fortemente armados, porque tiveram acesso à sala de armas, mas no processo de rendição devem entregar as armas", disse.
As ruas que dão acesso ao presídio estão bloqueadas e um esquema de segurança foi montado na Avenida Antônio da Rocha Viana em frente ao Instituto Médico Legal (IML) em Rio Branco. Desde de quarta, familiares buscam informações no local.
Ainda na noite de quarta, um caminhão frigorífico foi levado ao pátio do IML. Porém, o gabinete de crise não se posiciona sobre essa movimentação.
Além disso, um esquema de segurança foi montado nas ruas da capital. "Além de empregar equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) para atuarem na unidade prisional, a PMAC prontamente mobilizou seus efetivos e adotou um plano de reforço do policiamento nas ruas. Os militares acionados atuarão ostensivamente nas áreas consideradas sensíveis, aumentando a presença e a visibilidade policial em pontos estratégicos", diz a nota da PM.
Sobre o presídio
O presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro Alves existe há 15 anos e tem, ao todo, 99 presos. Instituto de Administração Penitenciária do Estado do Acre (Iapen-AC). Os tipos de presos são aqueles que exercem poder de liderança nos grupos criminosos que fazem parte. Os grupos criminosos são separados por pavilhões.
Rebelião
A rebelião, segundo o gabinete de crise, começou por volta das 9h30. Segundo informações do gabinete de crise, os presos renderam policiais penais e tiveram acesso às armas que foram usadas para tomar o pavilhão de isolamento da unidade.
Um policial penal do Grupo Penitenciário de Operações Especiais (GPOE) foi atingido no início da ação, com um tiro de raspão na região ocular. E outro foi pego como refém, permanecendo até agora na mira dos bandidos.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que vai dar todo o apoio possível ao governo do Acre. “Em face de crise no sistema penitenciário estadual do Acre, falei com o governador Gladson Cameli e coloquei nossa equipe à disposição para auxiliar no que for cabível”, disse o ministro.
A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) está acompanhando de perto o ocorrido no presídio. Foram enviados ao Presídio Antônio Amaro operadores de inteligência que estão acompanhando de perto os acontecimentos. Além disso, cerca de 40 agentes da força-tarefa da Senappen estão prontos para serem deslocados para a região, com o objetivo de reforçar as ações de controle da situação e garantir a segurança dos envolvidos, caso necessário.
Por g1 AC — Rio Branco
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