Número de indígenas foi 89% maior que o observado no Censo de 2010. No entanto, houve mudança no mapeamento e na metodologia da pesquisa, que permitiu identificar mais pessoas. Novos dados foram divulgados nesta segunda-feira (7) pelo IBGE.
O Brasil tem 1,7 milhão de pessoas indígenas, o que representa 0,83% da população total do país. É o que mostram novos dados do Censo Demográfico 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta segunda-feira (7).
Os povos indígenas passaram a ser mapeados pelo IBGE em 1991, com base na autodeclaração no quesito “cor ou raça”. No entanto, a partir do Censo de 2022, o instituto ampliou a metodologia, contando com a participação das próprias lideranças das comunidades no processo de coleta de dados e passando a considerar outras localidades indígenas além das terras oficialmente delimitadas.
Em 2022, o número de indígenas contabilizados foi de 1.693.535 pessoas (0,83% da população total). Já em 2010, o IBGE contou 896.917 indígenas, ou 0,47% do total de residentes do país.
Em termos absolutos, a variação representa um aumento de 89% entre os Censos -- mas esta comparação deve ser vista com ressalvas, já que, como explicado acima, o Censo de 2022 ampliou a sua metodologia para alcançar mais indígenas no país.
Veja os principais destaques do Censo de 2022 sobre o assunto:
O Brasil tem 1,7 milhão de pessoas que se identificam como indígenas. Isso corresponde a 0,8% da população total do país.
O Norte concentra 45% dos indígenas brasileiros, com grande destaque para o estado do Amazonas – que, sozinho, tem 490,9 mil indígenas, ou 29% do total.
O Nordeste vem em seguida, com 31% dos indígenas do país. O destaque da região é a Bahia, o segundo estado com mais indígenas do país – quase 230 mil.
Mesmo com essa concentração, há indígenas em todas as regiões e em todos os estados brasileiros.
Das 5.570 cidades do país, 4.832 têm moradores indígenas (86,8%).
A maioria da população indígena (63%) vive fora das 573 terras oficialmente demarcadas pela Funai.
Foram contadas 867.919 pessoas indígenas nos municípios da Amazônia Legal, o que representa 51,25% do total da população indígena residente no Brasil. A Amazônia Legal é formada por Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso.
A Terra Indígena Yanomami (AM/RR) tem o maior número de pessoas indígenas (27.152). O segundo maior número está na Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR), com 26.176 habitantes indígenas, seguida pela Terra Indígena Évare I (AM), com 20.177.
Comparação nas terras delimitadas
Segundo a definição do IBGE, as localidades indígenas são formadas pelas terras indígenas oficialmente delimitadas, pelos agrupamentos indígenas e pelas demais áreas de conhecida ou potencial ocupação indígena.
A pesquisa mais recente apontou 573 terras indígenas oficialmente delimitadas pela Funai em 2022. Mas a maioria da população indígena (63%) vive fora das áreas oficialmente demarcadas.
Dentre as 573 terras demarcadas, 501 são diretamente comparáveis com os resultados encontrados no Censo de 2010. A variação populacional nessas áreas foi de 16%, passando de 511.630 pessoas, em 2010, para 593.560 em 2022.
Amazônia Legal
Os dois estados com maior número de pessoas indígenas, Amazonas (490,9 mil) e Bahia (229,1 mil), concentram 42,51% do total dessa população no país.
Em terceiro, vem Mato Grosso do Sul, com 116,4 mil pessoas, seguido de Pernambuco (106,6 mil) e Roraima (97,3 mil). Esses cinco estados correspondem a 61,43% da população indígena do Brasil.
Por Clara Velasco, Gabriel Croquer e Marina Pinhoni, g1
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