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Líbia recupera mil corpos em cidade inundada após tempestades; 10 mil estão desaparecidos

 Ministro estima que a tempestade mediterrânea Daniel matou 2,5 mil pessoas além de deixar 25% da cidade de Derna debaixo d'água.

Mil corpos foram recuperados na cidade de Derna, no leste da Líbia, após uma tempestade atingir o país no domingo (10).

“O número de corpos recuperados em Derna é superior a mil. Não estou exagerando quando digo que 25% da cidade desapareceu. Muitos, muitos edifícios desabaram (...) Os corpos estão por toda parte - na água, nos vales, sob os edifícios", disse Hichem Chkiouat, ministro da Aviação Civil e também integrante do Comitê de Emergência criado após as enchentes.

O ministro disse que o número de mortos pode passar de 2,5 mil à medida que o número de desaparecidos aumenta.

Um representante do Crescente Vermelho, equivalente à Cruz Vermelha nos países de maioria islâmica, afirmou que cerca de 10 mil pessoas estão desaparecidas.

A cidade de Derna fica na costa da Líbia e é cortada ao meio por um rio que flui das terras altas para o sul. Há barragens que impedem a ocorrência de inundações.

Derna tem cerca de 125 mil habitantes. Devido à tempestade, as ruas foram tomadas pela água, casas foram inundadas, edifícios foram destruídos, carros acabaram virados e moradores foram arrastados. A força da água também destruiu barragens na região.

A tempestade mediterrânea Daniel que atingiu a Líbia no domingo (10) também afetou as cidades de Benghazi, Sousse, Al Bayda e Al-Marj.


Antes de chegar ao norte da África, a tempestade Daniel levou estragos à Grécia, Turquia e Bulgária. A Líbia pediu ajuda internacional para se recuperar da tragédia. Países como os Estados Unidos e a Turquia enviaram aviões com suprimentos para o país africano.

A tempestade perdeu força após a passagem pela Líbia. Agora, chegou ao Egito, preocupando as autoridades e colocando o país em alerta.


Regime parlamentarista da Líbia

A Líbia vive um regime parlamentarista instituído na cidade de Tripoli, capital do país, sob a chancela de Abdulhamid al-Dbeibah. O governo é consequência de uma revolta popular mobilizada em 2011 com apoio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra o então líder Muammar Gaddafi.

Isso porque, em 2014, o país se dividiu em duas frentes: uma alinhada à Otan, que é reconhecida internacionalmente, e outra liderada por Osama Hamad, que controla o leste do país.

Em 2021, al-Dbeibah foi escolhido primeiro-ministro com a promessa de realizar novas eleições para todo o país. No entanto, o pleito segue sem data definida por causa de desentendimentos entre os grupos acerca das regras da eleição.




Por g1

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