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Após meses encoberto por fumaça, céu de Porto Velho amanhece azul

 Pela primeira vez em mais de dois meses, a população da capital conseguiu ver o céu azul. Apesar disso, quantidade de queimadas continuam batendo recordes em Rondônia.


As queimadas deixaram a paisagem poluída e o ar insalubre ou perigoso. Por semanas consecutivas, a capital de Rondônia liderou os piores índices de qualidade do ar no país.

No entanto, a situação ainda é delicada. De acordo com a plataforma suíça de monitoramento do ar, a IQAir, nesta sexta-feira (20) a qualidade do ar em Porto Velho é considerada Insalubre para grupos sensíveis.

Somente no mês de agosto, mais de 40 voos foram afetados pela baixa visibilidade causada pela fumaça em Rondônia. Passageiros prejudicados pelos cancelamentos precisam optar por medidas alternativas, como percorrer mais de 1 mil quilômetros de ônibus para embarcar em outro estado.

Diante do cenário, os portovelhenses agora comemoram algo a possibilidade de enxergar algo simples: o céu.

"Acordei e olhei para cima, admirado com o contraste do azul do céu e as nuvens que, por tanto tempo, foram substituídas por uma névoa inquietante. A natureza apesar de agredida, ainda tem força para se reerguer. A beleza simples do céu azul, que passa despercebido, agora é motivo de comemoração", afirmou o portovelhense Lucas Lopes.


Rondônia em chamas
Apesar do alívio momentâneo, a quantidade de queimadas em Rondônia continua batendo recordes. Nas primeiras duas semanas de setembro, a quantidade de focos de queimadas em Rondônia foi 3 vezes maior do que o total de registros feitos nos seis primeiros meses de 2024.

O estado contabiliza 8.462 focos de incêndio entre janeiro e 19 de setembro: a maior quantidade em cinco anos, de acordo com o "Programa Queimadas", do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Entre janeiro e 11 de setembro de 2024, mais de R$ 262 milhões em multas foram aplicadas pelo Batalhão da Polícia Ambiental em Rondônia. Além disso, foram realizadas 970 prisões, sendo 42 por queimadas ilegais.

O Parque Guajará-Mirim, uma das maiores unidades de conservação de Rondônia, está em chamas há mais de dois meses. De acordo com o Painel do Fogo, a área queimada no Parque é de 107 mil hectares, o que corresponde a quase metade de toda a vegetação da unidade de conservação.

A Estação Ecológica Soldado da Borracha também queima há mais de dois meses. A área destruída ainda não foi divulgada. No entanto, de acordo com dados do Painel do Fogo do Sistema de Proteção da Amazônia, incêndios já destruíram 163 mil hectares na região onde a unidade de conservação está localizada.

A fumaça causada por todas essas queimadas afetam diretamente as paisagens de Rondônia. O pôr do Sol "abraçando" o rio Madeira, por exemplo, que fazia parte do dia a dia da população, passou a ser raras ou inexistentes.




Fonte G1/RO


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