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Desemprego em setembro fica em 5,6% e é o menor da série histórica pelo terceiro mês seguido

 Número veio acima do esperado por analistas de mercado, que estimavam queda para 5,5%. Renda média chega a R$ 3.507 e renova recorde, com alta de 4% em relação a igual período de 2024


Após uma trajetória de sucessivos recordes, o desemprego registra o terceiro mês em estabilidade no menor patamar já registrado no Brasil. A taxa se manteve em 5,6% no trimestre encerrado em setembro, renovando o menor nível da série histórica iniciada em 2012. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira.


O número veio acima do esperado por analistas de mercado, que estimavam queda para 5,5% em setembro, de acordo com a mediana das projeções coletadas pelo Valor Data.


Nos três meses anteriores, encerrados em junho, que servem de base de comparação para o resultado de hoje, a desocupação estava em 5,8%. Já no trimestre encerrado em setembro do ano passado, a taxa era de 6,4%.


Diante desse cenário, crescem as preocupações sobre como o mercado de trabalho pode afetar a taxa básica de juros, a Selic. Com resultados pujantes no final do ano, a maior renda pode impulsionar o consumo e consequentemente a inflação. Embora esta venha se mantendo comportada nos últimos meses, os economistas acreditam que o Banco Central deve manter sua postura cautelosa.


Cláudia Moreno, do C6 Bank, só vê um corte nos juros na reunião do Copom de março de 2026. Para ela, a maior renda pode impulsionar o aumento no preço dos serviços e pressionar a inflação.


— O Banco Central com certeza está acompanhando esses dados do mercado de trabalho. O Galípolo vem falando que a gente está em um mercado de trabalho muito exuberante. Ele usou frases fortes para falar sobre isso. Entendo que ele olhe bastante também para o efeito que isso vai ter na inflação.


Mudanças estruturais

Os economistas consideram que, mesmo com a desaceleração esperada para o mercado de trabalho ao longo do próximo ano, o patamar não deve voltar a ser o mesmo de antes. Isso se dá por mudanças estruturais nas relações de trabalho, muitas delas impulsionadas inclusive pela pandemia de Covid-19, como a digitalização e o aumento do trabalho remoto, além de alterações no próprio contingente da população, e a consequente saída de pessoas da força de trabalho.


Entre as principais mudanças, Imaizumi cita ainda a Reforma Trabalhista, que restringiu direitos trabalhistas e diminuiu custos de judicialização de empresas, o que acabou fazendo com que pequenas e microempresas conseguissem empregar mais. A digitalização e desburocratização na abertura de empresas, na visão do economista, levou a uma explosão de microempreendedores individuais, que, por sua vez, acabam começando a contratar funcionários.


Ele menciona também o aumento do trabalho por plataformas digitais, como aplicativos de transporte particular e entrega.


— A questão dos aplicativos ajuda na redução do desemprego, apesar do rendimento ser compensado por mais horas trabalhadas, porque o cara que ficaria desocupado se fosse demitido, consegue se ocupar rapidamente. Essas várias questões estruturais que ocorreram praticamente ao mesmo tempo no mercado de trabalho tem ajudado a explicar esse bom desempenho nos últimos anos. A gente não consegue separar e dizer o que foi mais relevante, mas temos evidências de que tudo isso contribuiu para um mercado mais pujante hoje.


Segundo Tobler, do Ibre, são justamente essas mudanças que permitem os dados tão resilientes em prol dos trabalhadores, mesmo em um contexto desfavorável, de juros tão altos e desaceleração econômica.


— Se a gente voltar talvez há uns 5 anos atrás, no início dessas transformações, a gente dificilmente imaginaria que teríamos uma taxa de desemprego abaixo de 7%, porque historicamente isso não era visto no Brasil. Então, todas essas mudanças estruturais permitem que a gente tenha uma previsão de uma desaceleração da atividade econômica, sem que isso gere um aumento mais forte da taxa de desocupação ou um problema muito grande de inflação.


Cláudia Moreno acrescenta que é possível observar esse movimento olhando os números de inflação de serviços.


— Se a gente olhar lá para trás (resultados de anos anteriores) patamares de desemprego super baixos serão compatíveis com a inflação de serviços subindo muito, perto de 8% ou 9%. E a gente está vendo a inflação de serviços rodar mais perto de 6% ou 7%. Isso sinaliza que a gente teve uma queda estrutural da desocupação, e que o nível patamar neutro da taxa de desemprego, quando não gera inflação nem desinflação, deve ter caído no Brasil.

Fonte - O Globo

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