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Amazônia perdeu o equivalente a dez vezes o estado do Rio de Janeiro em 37 anos, aponta MapBiomas

 O levantamento revelou que 44,5 milhões de hectares foram convertidos para agropecuária. Pará foi o estado mais devastado.


A Amazônia perdeu o equivalente a 12% de florestas nos últimos 37 anos, de acordo com o levantamento do MapBiomas, divulgado nesta sexta-feira (02). A atualização dos dados sobre uso e cobertura da terra de 1985 a 2021 demonstrou que 44 milhões de hectares foram perdidos. O desmatamento é o equivalente a dez vezes a área de todo o estado do Rio de Janeiro.

Durante esses anos, 44,5 milhões de hectares foram convertidos para agropecuária, atividade que representa o principal vetor de desmatamento da região. Em 2021, a agropecuária ocupava 15% do bioma.
“O atual modelo de desenvolvimento econômico, baseado na conversão descontrolada de áreas de vegetação natural, coloca o Brasil frente a graves problemas no atual cenário de mudanças do clima”, explica Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas.

Dentre todos os estados que compõem a Amazônia Legal, o Pará foi o mais desmatado, com 35,2% das florestas convertidas em áreas de agricultura ou pastagem. O estado também tem uma estrada ilegal que atravessa áreas protegidas.

Perda de água e avanço do garimpo
Ainda de acordo com o levantamento, a Amazônia perdeu 14,5% de água, sendo Roraima o estado mais afetado. Em 25 anos houve uma redução de 53%.

Outro ponto de atenção é o avanço do garimpo. Em 2021, a atividade respondeu por três em cada quatro hectares (74%) mapeados como mineração na Amazônia. Dos pouco mais de 217 mil ha de área minerada no bioma, 64% foram mapeados no estado do Pará. Esse estado é também o que registrou maior expansão urbana nos últimos 37 anos.

Pouco mais da metade (54,3%) das áreas florestais remanescentes estão em áreas legalmente protegidas, como Terras Indígenas e Unidades de Conservação (exceto APA) – percentual semelhante ao das formações campestres que estão dentro de áreas protegidas (58,7%).

"Os recentes recordes de desmatamento e de queimadas comprovam que a Amazônia não está protegida. É importante ressaltar que não se trata apenas de desmatamento: parte da floresta remanescente está degradada. Esse processo coloca a floresta mais perto do ponto de inflexão a partir do qual ela entra em colapso", alerta Luis Oliveira Jr., que integra a equipe Amazônia do MapBiomas.

Redação com Informações de Júlia Putini, G1

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