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EUA estreitam compromisso com Kiev e recebem tropas ucranianas para treinamento com sistema de mísseis

 Até cem soldados da Ucrânia farão capacitação com o avançado sistema de defesa antiaérea Patriot em território norte-americano

Treinamento com o sistema de defesa antiaérea Patriot nos EUA (Foto: Picryl/Divulgação)


O exército ucraniano deve dar início ao treinamento com os mísseis Patriot nos Estados Unidos na semana que vem, comunicou o Pentágono na terça-feira (10). O avançado sistema de defesa antiaérea foi o principal componente da lista de armas do novo pacote militar enviado a Kiev, anunciado durante a visita do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky à Casa Branca em dezembro. As informações são da rede CNN.

A sede do treinamento será a base de Fort Sill, no Estado de Oklahoma, onde a escola de artilharia treina militares há mais de um século. É lá, também, que as tropas americanas realizam suas próprias capacitações com as baterias Patriot.

“O treinamento irá preparar aproximadamente de 90 a cem soldados ucranianos para operar, manter e sustentar o sistema defensivo durante um curso de treinamento que deve durar vários meses”, disse em coletiva de imprensa o porta-voz do Pentágono, general Pat Ryder.

De acordo com a autoridade militar, o Patriot irá ampliar as capacidades de defesa da Ucrânia contra os ataques aéreos de Moscou.

O Kremlin reagiu ao anúncio de cooperação militar entre Washington e Kiev por meio do embaixador da Rússia nos EUA, Anatoly Antonov. Em comunicado emitido ainda na terça, o diplomata avaliou a decisão de treinar militares ucranianos no sistema em território americano como uma confirmação do “envolvimento de fato” do Pentágono na guerra no leste europeu.

Especialistas mantêm os pés no chão quanto ao sistema americano a ser incorporado no front ucraniano, alertando que não será um “divisor de águas” contra os russos. Há prós e contras. A favor, eles reconhecem o Patriot como uma das baterias de defesa aérea mais avançadas e eficazes no mundo. No entanto, o alcance limitado e o tempo de treinamento também são adversários de Kiev.

“Esses sistemas não pegam e se movem pelo campo de batalha”, disse o tenente-general Mark Hertling, ex-comandante do Exército dos EUA na Europa, que acrescentou: “Você os coloca em algum lugar que defenda seu alvo mais estratégico, como uma cidade, como Kiev. Se alguém pensa que este será um sistema que se espalhará por uma fronteira de 800 quilômetros entre a Ucrânia e a Rússia, simplesmente não sabe como o sistema funciona”.

A agressão russa à Ucrânia impulsionou a demanda por armas e munições de fabricação americana, principalmente o Himars (Sistema de Artilharia de Foguetes de Alta Mobilidade, da sigla em inglês), que tem alcance de até 300 quilômetros e é tido como fundamental na campanha pela reconquista de Kherson. Isso porque o lançador de foguetes pode ser posicionado fora do alcance da artilharia russa, graças à mobilidade do armamento.

Mas, ao contrário do Himars, os Patriots exigem treinamento prático intensivo fora da Europa. A decisão da Ucrânia de enviar tropas para o exterior para um treinamento que normalmente leva um ano ressalta a necessidade que suas forças têm de usar o sistema Patriots na luta contra a Rússia, bem como o compromisso de longo prazo do Pentágono com a guerra.

A Rússia já admitiu o impacto que o armamento fornecido à Ucrânia por nações ocidentais tem na guerra em curso na Europa. Nos últimos meses, aliados do presidente Vladimir Putin manifestaram preocupação com o aumento do poder de fogo de Kiev, capaz de atingir alvos russos bem atrás da linha de frente.

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