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Ex-agente do FBI é preso nos EUA por ajudar um oligarca russo alvo de sanções

 Charles McGonigal, um ex-agente especial do FBI, a polícia federal norte-americana, que já chegou a participar de investigações focadas em oligarcas russos, foi preso em Nova York no sábado (21) sob a acusação de ter trabalhado secretamente para um deles, violando as sanções dos EUA. Ele também foi indiciado, em uma acusação separada, de receber US$ 225 mil em dinheiro de um ex-oficial de segurança estrangeira. As informações são da rede NPR.


McGonigal, que foi encarregado da divisão de contraespionagem do FBI em Nova York entre os anos de 2016 a 2018, é acusado de trabalhar para o magnata russo dos metais Oleg Deripaska, que está na lista de sanções de Washington há cinco anos. Ele pagou fiança e foi libertado na segunda-feira (23).


De acordo com o Departamento de Justiça (DoJ, da sigla em inglês), o ex-agente trabalhou para que as sanções do russo fossem suspensas em 2019, violando a lei federal, disseram os promotores. Ele também recebeu dinheiro de Deripaska em 2021 para investigar um oligarca rival. Os pagamentos eram recebidos através de empresas de fachada e os negócios eram viabilizados por um intermediário


Oleg Deripaska é fundador do gigante de alumínio Rusal (Foto: World Economic Forum/Flickr)

O ex-agente recebia seus pagamentos em dinheiro vivo, que eram feitos por um ex-agente do serviço secreto albanês naturalizado americano, a quem acompanhou em viagens de negócios à Albânia e a Kosovo. Segundo os promotores, o valor cobrado foi de US$ 225 mil (aproximadamente R$ 1,17 milhão).  


McGonigal tem um suposto cúmplice. Junto dele, enfrenta acusações de violação e conspiração contra a Lei Internacional de Poderes Econômicos de Emergência (IEEPA, da sigla em inglês) Sergey Shestakov, um ex-diplomata russo que se naturalizou americano e tornou-se tradutor juramentado do sistema judicial.


McGonigal foi levado sob custódia após pousar no Aeroporto Internacional John F. Kennedy, enquanto Shestakov foi detido em sua casa em Morris, no Estado de Connecticut. Ambos ficaram em uma prisão federal no Brooklyn. Eles se declararam inocentes na segunda-feira. O intérprete também pagou fiança e foi libertado.


Em comunicado, o procurador dos EUA, Damian Williams, destacou que ambos trabalharam anteriormente com Deripaska para “tentar remover suas sanções”.


“Como servidores públicos, deveriam ter pensado melhor”, comentou, acrescentado que a Justiça norte-americana “continuará processando aqueles que violarem as sanções dos EUA decretadas em resposta à beligerância russa na Ucrânia, a fim de alinhar seus próprios bolsos”.


Se condenado, McGonigal pode passar até 20 anos na prisão.


O “chefe”

Empresário da indústria de metais, Deripaska, 54 anos, se enquadra em um pequeno grupo de oligarcas que entrou em rota de colisão com Putin e se arriscou a criticar a incursão militar no país vizinho. Dias após o início do conflito, ele se manifestou em um grupo do aplicativo de mensagens russo Telegram. “A paz é muito importante. As negociações devem começar o mais rápido possível”. 


Em dezembro, ele teve seu complexo hoteleiro de US$ 1 bilhão e sua marina na cidade de Sochi apreendidos após o Kremlin ter pedido a ele para “se acalmar” e cessar as críticas ao conflito. 


Tags: 


Charles McGonigal, EUA, FBI, Oleg Deripaska, Rússia


“O senhor McGonigal traiu seu juramento solene aos Estados Unidos em troca de ganho pessoal e às custas de nossa segurança nacional”, disse um diretor-assistente encarregado do FBI, citado em nota à imprensa do DoJ.

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