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Um ano depois da filha ser morta por se recusar a dançar com ex em festa, mãe relata saudade: 'virou uma estrelinha'

 Morte de Rayane completou um ano na segunda-feira (24). Acusado pelo crime aguarda julgamento preso.

Selma Ferreira e Rayane Ferreira, mãe e filha respectivamente, tinham uma tradição: conversar por videochamada todos os dias. Há um ano, a tradição foi quebrada e Selma sobrevive apenas de lembranças, depois que Rayane foi morta com cinco tiros por se recusar a dançar com o ex-companheiro durante uma festa em Alta Floresta do Oeste (RO).

“Meu netinho de oito anos todos os dias liga pra mim porque a Rayane todo dia ligava por videochamada chamando o irmão e os sobrinhos. É muito difícil pra mim quando ele liga em vídeo e fala: ‘vó, cadê minha tia Ray?’ Eu tenho que ser forte pra responder pro meu neto que ela virou uma estrelinha”, relata a mãe de Rayane.

Rayane é uma das dezenas de mulheres mortas em Rondônia, somente em 2022, mas ela não é apenas uma estatística: era uma pessoa com sonhos e planos que teve a vida interrompida de forma violenta, aos 30 anos de idade, apenas por ser mulher.

Amorosa, carinhosa, atenciosa, especial… são alguns dos adjetivos que a mãe usa para descrever Rayane.

“Eu gosto de lembrar que a minha filha era uma ótima filha. Às vezes eu ouço os áudios dela, os vídeos dela.. isso me conforta, sabe? Saber que a minha filha foi uma boa menina, que gostava muito de ajudar as pessoas. A gente sentia que a Ray era uma pessoa que veio para cumprir uma missão”, aponta.

O réu

José Paula Goveia é o homem acusado de matar Rayane. O casal ficou junto por cerca de 12 anos e estava separado há dois meses quando o crime aconteceu. O réu não aceitava o término do relacionamento e, segundo familiares, era abusivo.

“Ela falava: ‘mãe, ele não vai ter coragem de fazer isso [matar] comigo. São 12 anos juntos, ele não vai fazer nada comigo’. Ela não acreditou, infelizmente, e hoje a gente está sem a nossa menina”, lamenta Selma.

Depois da morte de Rayane, o g1 teve acesso a conversas entre ela e a mãe. As mensagens escritas pela vítima demonstram que ela queria paz, mas era ameaçada pelo ex-companheiro.

“Nunca vou deixar você para outro”, ele dizia.

No último mês, a Justiça de Rondônia decidiu que o réu vai à Júri Popular por feminicídio cometido por motivo torpe, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, em contexto de violência doméstica e familiar. Ele também pode responder por tentativa de feminicídio contra as outras três pessoas que foram baleadas na festa. O júri ainda não tem data.

O acusado foi preso no dia do crime enquanto tentava fugir, em seguida teve a prisão convertida em preventiva. A defesa pediu a revogação da prisão, mas o pedido foi negado pela Justiça e o réu aguarda o julgamento preso.

Por g1 RO

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