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Rondônia: peixes desaparecem e pescadores padecem em cenário artificial

A pesca e toda cultura regional de centenas de ribeirinhos, submergiram junto à cachoeira de Teotônio, em Porto Velho/RO. Inundada pelas barragens da usina hidrelétrica do consórcio Santo Antônio Energia, a localidade não passa de mais um ponto de visitação. Famílias de pescadores começaram a procurar emprego na cidade. O peixe já não sobe o rio com as implosões e a barreira de concreto. A decomposição da vegetação alagada não permite a sobrevivência de inúmeras espécies.


Como “compensação” pelos impactos sociais e ambientais, o consórcio responsável pela usina no Rio Madeira construiu a Vila Nova de Teotônio, às margens do lago formado com o represamento. As moradias obedecem a todos os requisitos para as condições mínimas de habitação. A cidadela tem praça, áreas de lazer e esportes e até restaurantes. Contudo, os moradores, que foram removidos da área impactada, se ressentem da ociosidade e já estão enfastiados de retirar redes vazias.

Quem conheceu a extinta Cachoeira de Teotônio, principalmente no período em que as águas do Madeira tomava tonalidade verde e ocorria a piracema, sabe o tamanho do patrimônio natural e cultural que ficou debaixo d´água. Mas, para “compensar” ou consolar, a construtora sugere como ponto turístico (artificial) a “Praia de Teotônio”. Lá, há areia amarela à beira do lago, que não serve para o banho, e uma passarela de madeira sobre cadáveres de árvores e águas turvas e sem a presença de nenhum animal silvestre, porque foram afugentados.

De acordo com uma proprietária de um dos restaurantes da vila, a Associação de Pescadores e Moradores da localidade busca entendimento junto ao consórcio para fomentar a atividade pesqueira. A moradora explica que, o peixe que servem aos turistas são comprados na cidade e vêm do interior do Estado. Segundo ela, o povoado quer empreender a aquicultura com a utilização de tanques. A ideia, conforme informou, ainda não foi bem aceita pela empresa responsável pelo impacto econômico da região, já que, teria que bancar o projeto.

Fonte: Impacto Rondônia