Tema de Hoje : Inflação
Quem tem seu salário em sua maior parte atualizado pela inflação já deve ter se perguntado por que a inflação registrada é quase sempre menor do que a variação dos preços dos itens que constam na sua pauta de consumo. Isso acontece porque o índice que registra a inflação leva em consideração pesos para as classes de gastos de acordo com a Pesquisa do Orçamento Familiar (POF) feita pelo IBGE a cada cinco anos para analisar as mudanças de hábitos, avaliando o que e quanto as famílias gastam com cada coisa no Brasil. Ou seja, é considerada uma média e não uma situação particular de um grupo de pessoas. Por isso, se você vai mais a restaurantes do que a média da população, por exemplo, e o preço da conta subindo, não necessariamente esse aumento vai ser levado em conta na inflação social. No caso, essa média é das famílias que têm rendimentos mensais de um a 40 salários mínimos (pelo IPCA) e de um a seis salários mínimos (pleo INPC).
Em novembro, o IBGE divulgou algumas mudanças na metodologia de cálculo do IPCA que causaram muita estranheza, como a diminuição do peso de itens como cigarro, educação e empregada doméstica. Apesar da tendência de menos número de fumantes no país, a previsão é que o preço do item aumente 55% até 2015. Em relação à educação e à empregada doméstica, é conhecido que os preços desses itens não têm diminuído tanto em valor quanto em frequência. Com o surgimento da nova classe média e a migração das classes mais pobres, é notório que mais pessoas estão estudando e que empregadas domésticas estão cada vez mais migrando para outros ramos de trabalho.
Com essas mudanças, a projeção da meta para a inflação em 2012 já caiu. Mas a dúvida que fica é se os preços estão de fato caindo ou se simplesmente foi feita uma nova metodologia que não corresponde com a realidade.
(FONTE: Revista Proteste)