Após cinco apagões, em 40 dias, a Eletrobras Distribuição Rondônia afirmou, na tarde desta segunda-feira (21), que a causa dos apagões frequentes nos estados de Rondônia e Acre ainda não foi identificada, e que a volta das usinas termelétricas poderiam amenizar a situação. Segundo João Picanço, superintendente de operações da Eletrobras no estado, o uso das usinas térmicas poderiam amenizar apagões como os últimos ocorridos, mas não corrigiria o problema 100%.
"Quem rege e aciona as usinas térmicas é o Operador Nacional do Sistema (ONS). O Ministério de Minas e Energia recomendou que algumas dessas térmicas fossem desligadas, por questão de economia, pois elas são mais caras. Porém, seria uma opção para termos mais geração para mantermos o sistema em Rondônia, e dependendo do evento, evitaria que tivéssemos outro apagão em grande proporção como este. Não corrigiria na totalidade, mas já ajudaria muito", explica o superintendente.
Sobre a postagem do chefe da Casa Civil de Rondônia no facebook, durante o apagão do último domingo (20), João Picanço diz que acredita que Emerson Castro interpretou a fala do presidente da empresa de uma forma equivocada (assista ao vídeo), pois de acordo com ele, "o presidente não se pronunciaria daquela forma, porque não existe relação nenhuma com o que foi publicado pelo chefe da casa civil".
Procurado pelo G1, o chefe da Casa Civil, Emerson Castro, afirmou que sua postagem não foi de cunho oficial, pois utilizou sua página pessoal da rede social. Castro afirmou ainda que postou o que compreendeu durante conversas com o presidente da Eletrobras e outras pessoas. A publicação foi editada algumas vezes, mas ele se defende dizendo que não tinha atentado para o impacto que o primeiro texto causaria perante os seguidores, e que por isso, editou e colocou termos mais leves, porém, manteve o mesmo teor da postagem.
Em relação às providências a serem tomadas, o chefe da Casa Civil afirma que está fazendo os encaminhamentos necessários com os devidos órgãos para que se encontre uma solução para o problema.
Prejuízos dos consumidores
Questionado sobre os possíveis prejuízos dos consumidores por causa da queda de energia, Picanço afirmou que a Eletrobras possui um atendimento específico aos clientes e que cada ocorrência será analisada por técnicos da empresa.
Existe por parte da Eletrobras um procedimento aos clientes. Cada ocorrência será analisada para constatar se aquele equipamento foi prejudicado com a ocorrência, porque certos tipos de equipamentos não danificam desse modo", diz. Ele afirma ainda que, se couber, a reparação será feita pela distribuidora.
Desligamentos agendados
Em relação a coincidência do último apagão ter sido no mesmo período do desligamento agendado em Porto Velho, João Picanço afirma que não tem nenhuma relação, e que somente uma região específica é que fica sem energia por um tempo programado, o que não foi o caso.
"Não vamos desligar uma cidade inteira para dar manutenção. Não tem lógica. Quando uma capital inteira e quase 80% do estado ficam sem energia com certeza é um problema maior que um desligamento de manutenção", diz.
Os desligamentos programados em Porto Velho continuam até o dia 4 de outubro.
FONTE;G1/RO