A China representa, atualmente, a maior ameaça global à segurança dos Estados Unidos. Quem diz isso é o diretor do FBI (Serviço de Investigação Federal), Christopher Wray, que na segunda-feira (31) fez um pronunciamento na Biblioteca Presidencial Ronald Reagan, na Califórnia. Segundo ele, uma das ações mais danosa de Beijing atualmente é o roubo de tecnologia, através de espionagem e ciberataques.
Segundo Wray, a China aproveita as relações comerciais entre os dois países para obter vantagens e fortalecer sua economia. E o faz através da espionagem, no intuito de roubar toda e qualquer tecnologia que lhe pareça interessante. Ele citou como exemplo uma ação frustrada na qual Beijing combinou espionagem industrial e ação de hackers para roubar segredos comerciais da GE Aviation.
O diretor diz que a ameaça não é recente, mas tem aumentado. “Falei muito sobre essa ameaça desde que me tornei diretor”, disse ele, que assumiu o cargo em 2017. “Mas quero focar nisso aqui nesta noite porque atingiu um novo nível, mais descarado, mais prejudicial do que nunca”.
As acusações contra o governo chinês não se limitam ao campo econômico. Wray também citou ações de Beijing na tentativa de minar a democracia norte-americana e de silenciar a dissidência. No primeiro caso, a estratégia é usar dinheiro para recrutar políticos iniciantes dispostos a defender os interesses chineses e, assim, “minar nosso processo democrático, influenciando nossos funcionários eleitos”.
No campo da repressão aos opositores, o diretor do FBI citou a operação Fox Hunt do presidente Xi Jinping, que consiste em atacar, ameaçar, intimidar e repatriar indivíduos de origem chinesa que vivem no exterior e são tidos como uma ameaça política ou financeira a Beijing.
“A China pode ser o primeiro governo a combinar ambições autoritárias com capacidade técnica de ponta”, disse Wray. “É como o pesadelo de vigilância da Alemanha Oriental combinado com a tecnologia do Vale do Silício”.
Ainda de acordo com Wray, EUA e China poderiam se tornar fortes aliados, mas seria preciso que Beijing mudasse o comportamento. “Há tanta coisa boa que podemos fazer com um governo chinês responsável: reprimir os cibercriminosos, impedir a lavagem de dinheiro, reduzir as mortes por overdose de opiáceos”, diz ele. “Mas, no FBI, estamos focados na realidade do governo chinês hoje”.
Fonte A Referencia
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