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Governo aponta tráfico de drogas e briga entre facções como fatores para alto índice de mortes violentas em RO

 Estado ficou entre os dez com os maiores índices de mortes violentas intencionais em todo o país. Dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Tráfico de drogas e brigas entre facções foram alguns dos fatores apontados pela Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec) para que Rondônia ficasse entre os estados mais violentos do país no Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

O documento publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança colocou Rondônia entre os dez estados com as maiores taxas de mortes violentas intencionais, com mais de 500 registros em 2022. O relatório ainda apontou que o estado lidera o ranking de feminicídios.

O coronel Robson Brancalhão, assessor técnico da Sesdec, aponta o fato do estado estar na fronteira e a briga pelo mercado do tráfico de drogas como um dos fatores que contribuíram para esses números.

"Nós estamos na fronteira. O Brasil tem fronteira com nove países e uma colônia, que é a Guiana Inglesa. São 16,5 mil quilômetros. Dois terços dessa fronteira estão na Região Norte, então isso coloca por exemplo um índice de 44% de crimes violentos letais intencionais, como chama a Secretaria Nacional de Segurança Pública, em relação ao restante do país. Nós temos naturalmente um índice maior em razão dessa disputa de organizações criminosas por essa faixa de fronteira e esse mercado ilícito capitaneado pela cocaína. De fato, o ano de 2022 foi um ano difícil, foi um ano que teve um aumento substancial na quantidade de mortes", explica.

O coronel também alega que na comparação entre os primeiros meses de 2023 e o ano de 2022 - ano em que foram coletados os dados do Anuário - é possível verificar uma queda no número de mortes em algumas cidades.

"Quando nós comparamos o mesmo período de 2023 e 2022, nós tivemos em algumas cidades, como Ji-Paraná que foi uma das citadas como uma das mais violentas, que no mês de janeiro e abril teve uma redução de 66% no número de mortes. Porto Velho que também figurou na 47ª posição teve 47% de diminuição [nas mortes]. Por que dessa diminuição entre 2022 e 2023? Em razão de algumas ações que foram tomadas pela Secretaria de Segurança Pública, que o secretário articulou com as corporações. Ações visando a identificação, o mapeamento dessas organizações criminosas que atuam na fronteira, atuam na cidade. A morte é o último estágio dessa disputa de mercado".

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública é realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública com informações fornecidas pelas secretarias de segurança pública estaduais, pelas polícias civil, militar e federal, entre outras fontes oficiais da Segurança Pública no país. Os dados publicados anualmente ajudam na transparência e prestação de contas das informações à sociedade.






Por Jheniffer Núbia, Rede Amazônica

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