Segundo bombeiros, há moradores soterrados e crianças estão entre os desaparecidos após desabamento no Janga, em Paulista. Edifício foi interditado em 2010 e ocupado em 2012.
Parte de um prédio desabou no bairro do Janga, em Paulista, no Grande Recife, na manhã desta sexta-feira (7). De acordo com os bombeiros, há, ao menos, nove moradores soterrados nos escombros. Crianças estão entre os desaparecidos.
O desabamento ocorreu às 6h07. O prédio fica na Rua Dr. Luiz Inácio de Andrade Lima e faz parte do Conjunto Beira-Mar. Segundo os bombeiros, um dos blocos desabou totalmente; e outro, parcialmente.
Até o fim da manhã, uma adolescente e uma mulher haviam sido resgatadas vivas. As duas sofreram fraturas. Um vídeo mostra o momento em que uma jovem de 15 anos delas é encontrada sob os escombros (veja aqui). Ela foi levada para o Hospital da Restauração, no Recife, passou por exames e encontra-se estável.
A outra vítima resgatada sob os escombros tem 65 anos e foi levada para o Hospital Miguel Arraes, em Paulista, com politraumatismo. Ela fez exames, encontra-se estável e aguarda transferência para outra unidade de saúde.
Outras quatro pessoas sofreram ferimentos leves e também foram levadas para o Hospital Miguel Arraes, que informou que elas devem ter alta até o fim desta sexta.
De acordo com o coronel Robson Roberto, algumas das vítimas soterradas se comunicam com os bombeiros durante a busca.
"É um trabalho que a gente conta com o auxílio dos cães, que já indicaram onde a gente tem essas possíveis vítimas. As vítimas que estão responsivas foi mais fácil, porque com nosso estímulo, elas nos responderam. Estamos mantendo essas frentes de trabalho, mas é um trabalho tem que ser feito com calma, com cautela, porque são pessoas que estão sob escombros e a gente obviamente está com a intenção de tirá-las com vida local", disse.
Esse tipo de prédio, que é popularmente conhecido como "prédio caixão", tem térreo e três andares e, em cada pavimento há quatro apartamentos. O edifício estava interditado por ordem judicial desde 2010, de acordo com a prefeitura de Paulista. No entanto, foi reocupado em 2012.
Uma vistoria foi feita em 2018 e confirmou a interdição, mas os moradores seguiram no local. Não há informação se as pessoas estavam em algum programa habitacional ou se recebiam algum tipo de suporte para deixarem o local de risco.
Uma mulher que não quis se identificar disse que a irmã, Maria da Conceição, morava no edifício com os filhos.
“A gente ocupou aí porque não tinha onde morar. Minha irmã e os filhos dela estavam lá. Moravam cinco filhos com ela aí. A gente está sem notícia dela”, disse.
As buscas por vítimas seguem no local, com participação de 50 bombeiros e 40 voluntários. Cães farejadores também são utilizados na operação para encontrar pessoas.
Por g1 PE
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