Tentativa de golpe foi liderada por ex-comandante do Exército, afastado após ameaçar ex-presidente Evo Morales e preso nesta quarta. Presidente da Bolívia, Luis Arce, fez pronunciamento destituindo chefes das Forças Armadas; novo comandante desmobilizou tanques e militares.
Foto CNNA Bolívia sofreu nesta quarta-feira (26) uma tentativa de golpe de Estado liderada pelo ex-comandante do Exército do país. Tanques do Exército e militares armados chegaram a invadir o palácio presidencial, em La Paz, a antiga sede do governo que ainda funciona para atos protocolares. No entanto, o ato fracassou.
A tentativa de golpe -- a segunda em cinco anos no país (leia mais abaixo) -- foi arquitetada pelo general Juan José Zúñiga. Zúñiga havia sido destituído do cargo de comandante do Exército após fazer ameaças ao ex-presidente Evo Morales -- ele afirmou que prenderia Morales caso o ex-presidente volte ao poder. O ex-comandante terminou preso nesta quarta-feira após o ato.
Após cerca de quatro horas de tensões que incluíram um cara a cara entre o presidente, Luis Arce, e Zuñiga (leia mais abaixo), o movimento foi desmobilizado por ordem de Arce, e os militares que participaram da tentativa de golpe deixaram o local, cercados por soldados que se mantiveram fiéis ao governo.
Em pronunciamento, Luis Arce destituiu também os outros dois comandantes da Marinha e da Aeronáutica, nomeou novos chefes para as três forças e ordenou a desmobilização das tropas. A Procuradoria-geral da Bolívia anunciou que abriu uma investigação contra Zuñiga e os militares que participaram da tentativa de golpe.
Polêmico, Zuñiga já vinha protagonizando um embate com o governo nos últimos meses. Na segunda-feira (24), no entanto, ele subiu o tom de suas declarações ao afirmar que prenderia Evo Morales caso o ex-presidente, que vai concorrer às eleições no país, volte a se eleger. Na terça-feira (25), foi então destituído do cargo, e senadores anunciaram um processo judicial contra ele.
Após a invasão, Arce confrontou Zuñiga pessoalmente na porta do palácio presidencial (veja vídeo abaixo). Na discussão, o presidente ordenou que o ex-comandante do Exército desmobilizasse as tropas
O novo comandante do Exército, nomeado nesta terça pelo presidente boliviano, ordenou oficialmente a desmobilização das tropas rebeldes, e os tanques se retiraram do palácio presidencial cerca de três horas depois da invasão e da praça Murillo, em frente ao palácio.
Zuñiga disse a TVs locais que o movimento era uma "tentativa de restaurar a democracia" na Bolívia e de " libertar prisioneiros políticos". No entanto, a tentativa de golpe foi fortemente condenado até por adversários políticos de Arce, como a ex-presidente da Bolívia Jeanine Áñez.
A Suprema Corte da Bolívia também condenou a tentativa de golpe e pediu à comunidade internacional que se mantenha "vigilante e apoio a democracia na Bolívia".
Fonte - G1.
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