As constantes interrupções no abastecimento de água em Ji-Paraná fez com que o Ministério Público ajuizasse uma ação civil pública contra a Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd), obrigando-a a adotar medidas concretas para solucionar o problema da falta de água nos bairros do município, sob a pena de multa no valor de R$ 2 mil por cada dia que o abastecimento de água for interrompido.
A ação foi proposta pela Promotora Meiri Silva Pereira, que afirma que a precária manutenção feita ao longo dos anos fez surgir corrosões e perfurações nas tubulações, causando desperdício e comprometendo o abastecimento na cidade.
Nilcéia Soares, proprietária de uma lanchonete no Bairro Nova Brasília, no segundo distrito da cidade, afirma que já ficou praticamente uma semana sem poder abrir o comércio por falta de água, problema que atinge também sua residência. “Funcionários vieram trabalhar e tive que pedir que fossem embora, pois sem água como vamos atender com o mínimo de higiene”, indaga a comerciante. “Em casa, ou a gente lava roupa ou toma banho, o dois não dá pra fazer”, completa Nicélia.
O vendedor Wellington Macedo diz que não pretende aderir ao sistema de água encanada disponível em Ji-Paraná por medo de passar pelo mesmo drama dos vizinhos. “Eu atendo mais que a Caerd, porque to emprestando água pra todo mundo aqui”, brinca o morador, que tem poço artesiano em casa.
Dados da companhia apontam que mais de 11 mil residências são atendidas pela rede no segundo distrito, onde a falta de água é cada vez mais frequente desde março deste ano, devido as constantes rupturas de adutoras e perfurações em tubulações, que desperdiçam mais de 2 milhões de litros de águas por dia, segundo Iran Dantas, Gerente Regional da Caerd.
Dantas explica que as adutoras que se romperam na última semana, nas Ruas Tenente Brasil e José Geraldo, já foram consertadas, mas que na próxima quinta-feira (17) haverá uma nova interrupção para a manutenção de adutora no Bairro Urupá. Ele fala, ainda, que o horário de abastecimento vai aumentar nos próximos dias. “Estávamos com um período de 14 horas por dia e agora vamos aumentar para 20 horas, contando a chamada cidade alta e baixa”, disse.
O MP determinou o prazo de 90 dias para que a Caerd apresente o projeto para a solução dos problemas.
G1 RO